Sindicato convoca servidores de Barão a se mobilizarem por direitos

Anexo da Prefeitura: “falta diálogo”, diz sindicato

“Além de total desorganização, os professores têm que pagar por álcool em gel, máscaras, entre outros”, diz sindicato

O ano letivo na rede municipal de ensino de Barão de Cocais começou no dia 3 de fevereiro com desorganização e consequentes aglomerações nas portas das escolas. É o que denuncia o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindcabasa). Além de salas superlotadas, o sindicato denuncia a falta de adequação das escolas para receberem os alunos em momento de pandemia. A responsabilidade de controlar o contágio da doença no ambiente escolar sobrou para os próprios educadores, que também estão tendo que pagar pelo álcool em gel no estabelecimento.

“O ano letivo iniciou no dia 3 e com ele veio a tristeza em perceber que falta tudo, principalmente recursos humanos para apoiar a educação infantil. As salas de educação infantil estão cada vez mais cheias na maioria das escolas. Tem escolas com 22 alunos no maternal, 28 no primeiro período e 25 a 30 no segundo período. Os professores tendo que se virar para controlar o uso das máscaras, de uso pessoal, e dar conta da aprendizagem. A saída dos estudantes está gerando aglomeração na porta das escolas e, para piorar, temos que garantir a segurança dos alunos com pouco pessoal de apoio. Além disso, temos que pagar pelo álcool em gel, máscara etc”, diz artigo publicado no boletim informativo do sindicato.

“A secretária de Educação não aceita diálogo nem com a comunidade escolar”

A situação já foi denunciada ao Ministério Público. Entretanto, segundo a presidente do Sindcabasa, Rita Ribeiro, foi ignorada pela Secretaria Municipal de Educação.

De acordo com a sindicalista, a secretária de Educação não aceita diálogo nem com a comunidade escolar e nem com o sindicato. O único jeito do sindicato conseguir alguma informação é através de mandado de segurança judicial, o que também é feito de forma insatisfatória, com respostas que não atendem. Isso, na sua avaliação, torna difícil o desenvolvimento dos trabalhos dos servidores.

“As respostas que recebemos da secretaria, até o momento, cuja maioria delas foi obtidas através de mandado de segurança, em que o juiz local mandou o a secretário providenciar, são evasivas, não possuem, na maioria delas, soluções concretas e nunca levam em consideração as reivindicações e propostas dos servidores”, destacou a presidente do sindicato, Rita Ribeiro.

Mas o setor da educação não é o único desafio enfrentado pelos servidores. Segundo Rita Ribeiro, com data- base vencida em janeiro, os servidores municipais ainda não conseguiram sequer obter a recomposição salarial. Esse é um dos motivos do sindicato estar convocando os servidores a se mobilizarem. Segundo afirmou a presidente do sindcabasa, neste momento é imprescindível que todos se unam em busca dos seus direitos.

“A arrecadação está crescendo, enquanto isso os servidores ficam mais pobres”

Além de cobrar a reposição das perdas salariais, o sindicato reivindica aumento real dos salários de 20% par todos os servidores; revisão no plano de carreira; plano de saúde; avaliação das condições de trabalho e pagamento de insalubridade e periculosidade onde é devido; contra o assédio moral nos locais de trabalho e punição para os assediadores.
Também estão sendo reivindicados aumento no pagamento da titulação; pagamento da insalubridade e periculosidade; pagamento do vale transporte; aumento do valor do ticket alimentação para R$ 500; material de escritório; papel toalha, papel higiênico e sabonete nos banheiros.

Construída no final do ano passado, em assembleia com os trabalhadores, a pauta de reivindicações já foi apresentada em reunião de negociação, com o secretário de Planejamento e o vice-prefeito que, segundo a sindicalista, são sempre receptivos, sempre ouvindo as propostas da categoria.

Até o momento, Rita Ribeiro disse que nenhuma das reivindicações foi atendida. O último reajuste salarial para a classe ocorreu há cerca de cinco anos. “Há anos que o Município não reajusta, de forma geral, o salário dos servidores, mas concede apenas a recomposição dos índices inflacionários, sendo que a revisão deste ano ainda está pendente”, informou a sindicalista.

“A Prefeitura até o momento vem aumentando só salários das chefias”

“A Prefeitura até o momento vem aumentando os salários das chefias. Precisamos de um plano de recuperação dos salários dos servidores começando pelos salários mais baixos. As técnicas de enfermagem, por exemplo, que estão na linha de frente ao combate à Covid-19, de acordo com dados do Portal da Transparência de Barão de Cocais, têm como piso salarial ínfimos de R$ 1.468,00. A arrecadação da Prefeitura de Barão de Cocais está crescendo, enquanto isso os servidores ficam mais pobres”.

Matéria publicada na edição 752 do Folha Popular