São Gonçalo: análise aponta que água fornecida está imprópria para o consumo humano

O resultado do exame apontou graves anomalias na água consumida em São Gonçalo

  • NEGLIGÊNCIA

O vereador Cássio Túlio Rodrigues Silva (PTB), líder da oposição da Câmara de São Gonçalo do Rio Abaixo, está solicitando uma série de informações da Prefeitura, para que todos possam ter conhecimento da qualidade da água consumida pela população são-gonçalense. Ele disse que a solicitação foi feita por meio de ofício enviado ao governo Raimundo Nonato Barcelos “Nozinho”, mas como não teve nenhum retorno, ele decidiu tomar algumas providências.

Em atendimento a denúncia de populares recebidas em seu gabinete e com o apoio dos vereadores Marcos Antônio Bicalho “Kito” (PSDB) e Otávio Isidoro Teixeira “Tatá” (PSDB), que estão ajudando a buscar solução para o problema, Cássio Túlio disse que contratou um laboratório particular para analisar a qualidade da água proveniente da mina de Brucutu, usada para abastecer os reservatórios da cidade.

O resultado do exame, realizado pela empresa Nugap Núcleo Global de Análise e Pesquisa LTDA, de Belo Horizonte, apontou que o sabor da água a torna insalubre, conforme o vereador. Ficou constatado, conforme ele exibe em documentação certificada, que a qualidade da água está imprópria para o consumo humano, de acordo com a portaria GM/Ministério da Saúde 888 do MS, possuindo parâmetros negativos como cor aparente, turbidez, ferro, coliformes totais e Escherichia coli (bactéria responsável por infecções de urina). As amostras foram coletadas no dia 24 de junho de 2022.

Cássio Túlio disse que já foi enviada uma cópia do laudo à Prefeitura, com pedidos de providências. De acordo com ele, a água contaminada está afetando a saúde da população, que reclama de diarreia, vômito e outros desconfortos. “Requeremos da Prefeitura o tratamento da água da mina de Brutucu antes da distribuição aos usuários da cidade, aos postos de saúde e ao pronto atendimento. Conforme análise, a água está imprópria para o consumo humano”.

Está sendo solicitado também que a Prefeitura realize análise em todas as fontes de água do município e que divulgue os resultados para conhecimento da população e que a Secretaria Municipal de Saúde faça o tratamento profilático ou sintomático dos que receberam água sem tratamento.

Caminhão-pipa coletando água imprópria para o consumo

Estão sendo solicitadas também informações sobre o laboratório que realiza os exames, e como os resultados são divulgados para a população, para que ela tenha conhecimento da qualidade da água que consome.

“Precisamos ter conhecimento da qualidade da água consumida em nosso município, bem como para estarmos munidos de informações para prestar esclarecimento necessários aos questionamentos da população”, explicou, lembrando que essa medida cumpre os padrões exigidos pela portaria nº 2.914/11, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de portabilidade.

Ele lembrou que tem cobrado, de forma contundente, explicação sobre as suspeitas da população em relação aos efeitos da água na saúde.

Outros problemas citados por Cássio Túlio estão relacionados à falta de uma Estação de Tratamento de Água na cidade. O vereador disse que na gestão passada foi iniciada a construção da ETA Unas em São Gonçalo, mas que acabou paralisada na troca de gestão municipal. Ele disse que a população está bebendo água imprópria para o consumo desde o início do atual governo.

Vale se posiciona
Em reposta ao Folha Popular, a Vale esclareceu que não fornece água para São Gonçalo do Rio Abaixo. A captação de água localizada em área da empresa, está em uma vertente contrária às operações, e é outorgada para o Departamento de Água e Esgoto do Município.
O Folha Popular procurou a Prefeitura por meio da Assessoria de Imprensa por ligação telefônica e mensagem de e-mail. Um jornalista, que não foi identificado, atendeu a ligação e disse que desconfiava que a informação não procedia, mas que iria apurar para dar um retorno mais definido, o que não aconteceu até o fechamento desta edição.

Matéria publicada na edição 762 do Folha Popular (14/07/2022)