Sem energia, produtores rurais colecionam protocolos e amargam prejuízos
-
NO INÍCIO DO MÊS DE DEZEMBRO DO ANO PASSADO, PREFEITURA DEBATEU O PROBLEMA COM PRODUTORES E EMPRESÁRIOS
14/01/2024 – A queda constante de energia elétrica em Santa Maria de Itabira será tema de uma reunião no Sindicato dos Produtores Rurais. O objetivo do encontro é discutir os relatos das constantes interrupções no fornecimento de eletricidade nas propriedades rurais, os danos sofridos, bem como orientar os produtores sobre os novos procedimentos e regras de acesso à indenização. Questionada sobre o problema, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) através da sua assessora de imprensa, Nathália Tavares, informou que só responde a protocolos.
“Para apurar, a gente precisa da instalação ou de um protocolo de reclamação do cliente que está com o problema”, escreveu a assessora em resposta a vários questionamentos do Folha Popular.
O evento deverá contar com a presença de deputados com interesse na defesa da bandeira da eletricidade nas áreas rurais de Minas Gerais e representante da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), que ocupa cadeira no Conselho de Usuários da Cemig. Pelo menos, é o que pretende o sindicato.
As constantes quedas de energia elétrica têm causado prejuízos para os produtores rurais de Santa Maria de Itabira. Segundo a presidente do sindicato, Maria do Rosário Torres Guerra “Zaia”, o trabalho do produtor rural fica comprometido e toda a cadeia de produção é afetada. Os prejuízos são enormes e as perdas inevitáveis.
Moradores, à luz de velas, também já registraram várias reclamações
A Cemig até oferece reparação dos equipamentos danificados por instabilidade na rede elétrica, mediante a apresentação de três orçamentos, o que dificulta o conserto imediato.
“Antes, o produtor apresentava a queixa de danos a equipamentos pelas quedas de energia e a Cemig liberava a manutenção e o reparo era feito imediatamente. Agora, o produtor tem que seguir todo um processo burocrático que dura dias, para provar que o estrago foi provocado pela queda de energia. Enquanto busca reparar, os prejuízos se acumulam ainda mais”.
Apesar do problema ser recorrente e já se estender por mais de um ano, o sindicato não tem uma estatística relacionando a quantidade de vezes que houve corte ou suspensão da energia. “Os produtores reclamam entre si. No dia que o prefeito [Reinaldo das Dores Santos] fez uma reunião com a Cemig para relatar o problema, a Cemig alegou que tem pouca queixa de reclamações do município”, lamentou Zaia.
Nos últimos dias, entretanto, os produtores começaram a apresentar protocolos de reclamações feitas diretamente no portal da concessionária. Somente o Folha Popular teve acesso a 40 protocolos de reclamações apresentados pelos produtores. A intenção da gestora sindical é reunir uma quantidade considerável desses protocolos, as condições em que foram feitos, para notificar a Cemig.
Outro objetivo do encontro é identificar e registrar os problemas enfrentados por cada produtor do município em um relatório que mostra o número de vezes que houve queda de energia nos últimos meses. O documento vai ajudar a retratar o tamanho da dificuldade provocada pela queda de energia e dará embasamento à classe para exigir um posicionamento da concessionária.
- Matéria publicada na edição 801 do Folha Popular
Matéria relacionada:
Prefeito e empresários cobram da Cemig solução para as constantes quedas de energia em Santa Maria