Santa Maria volta a cobrar soluções devido às constantes quedas de energia

Sem energia, produtores rurais colecionam protocolos e amargam prejuízos

14/01/2024 – A queda constante de energia elétrica em Santa Maria de Itabira será tema de uma reunião no Sindicato dos Produtores Rurais. O objetivo do encontro é discutir os relatos das constantes interrupções no fornecimento de eletricidade nas propriedades rurais, os danos sofridos, bem como orientar os produtores sobre os novos procedimentos e regras de acesso à indenização. Questionada sobre o problema, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) através da sua assessora de imprensa, Nathália Tavares, informou que só responde a protocolos.

“Para apurar, a gente precisa da instalação ou de um protocolo de reclamação do cliente que está com o problema”, escreveu a assessora em resposta a vários questionamentos do Folha Popular.

O evento deverá contar com a presença de deputados com interesse na defesa da bandeira da eletricidade nas áreas rurais de Minas Gerais e representante da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), que ocupa cadeira no Conselho de Usuários da Cemig. Pelo menos, é o que pretende o sindicato.

As constantes quedas de energia elétrica têm causado prejuízos para os produtores rurais de Santa Maria de Itabira. Segundo a presidente do sindicato, Maria do Rosário Torres Guerra “Zaia”, o trabalho do produtor rural fica comprometido e toda a cadeia de produção é afetada. Os prejuízos são enormes e as perdas inevitáveis.

Moradores, à luz de velas, também já registraram várias reclamações

A Cemig até oferece reparação dos equipamentos danificados por instabilidade na rede elétrica, mediante a apresentação de três orçamentos, o que dificulta o conserto imediato.
“Antes, o produtor apresentava a queixa de danos a equipamentos pelas quedas de energia e a Cemig liberava a manutenção e o reparo era feito imediatamente. Agora, o produtor tem que seguir todo um processo burocrático que dura dias, para provar que o estrago foi provocado pela queda de energia. Enquanto busca reparar, os prejuízos se acumulam ainda mais”.

Apesar do problema ser recorrente e já se estender por mais de um ano, o sindicato não tem uma estatística relacionando a quantidade de vezes que houve corte ou suspensão da energia. “Os produtores reclamam entre si. No dia que o prefeito [Reinaldo das Dores Santos] fez uma reunião com a Cemig para relatar o problema, a Cemig alegou que tem pouca queixa de reclamações do município”, lamentou Zaia.

Nos últimos dias, entretanto, os produtores começaram a apresentar protocolos de reclamações feitas diretamente no portal da concessionária. Somente o Folha Popular teve acesso a 40 protocolos de reclamações apresentados pelos produtores. A intenção da gestora sindical é reunir uma quantidade considerável desses protocolos, as condições em que foram feitos, para notificar a Cemig.

Outro objetivo do encontro é identificar e registrar os problemas enfrentados por cada produtor do município em um relatório que mostra o número de vezes que houve queda de energia nos últimos meses. O documento vai ajudar a retratar o tamanho da dificuldade provocada pela queda de energia e dará embasamento à classe para exigir um posicionamento da concessionária.

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