Vazão da ponte não suporta volume da água e transforma local em uma lagoa
- COMUNIDADE DE MORRO QUEIMADO
Pelo menos cinco casas na entrada de acesso à comunidade de Morro Queimado, pela MGC-120, em Santa Maria de Itabira, foram invadidas por lama e água na madrugada e manhã de domingo (8).
Conforme moradores, a água chegou a subir um metro em alguns pontos, destruindo móveis e eletrodomésticos.
A tarde de domingo foi de limpeza e de contabilização dos prejuízos.
“O DEER fez uma galeria e teve a coragem de colocar duas manilhas para vazão da água, insuficientes em períodos chuvoso”, aponta o vereador Vicente Umberto
Um dos moradores, o vereador Vicente Umberto dos Santos (PL), contou que este é o terceiro início de verão que passa a madrugada tentando resgatar bens e alimentos, mais uma vez, perdidos. “Não é a chuva, mas a substituição da mata natural por área para plantio de capim para tratar de gado, feita em 2021 por um dono de terreno visinho à comunidade. E não é só isso. Este mesmo fazendeiro, empresário em Itabira, construiu uma ponte para acesso ao terreno e algumas casas. Essa ponte mal feita e sem fiscalização não oferece vazão para a água, transformando o local em uma lagoa e quando a água desce, sai varrendo tudo, como fez com um muro de contensão que uma moradora estava construindo. Aqui embaixo, próximo à minha casa e de outros quatro moradores, convivemos com outra obra mal feita, esta de responsabilidade do DEER [Departamento Estadual de Estradas de Rodagem], que contratou uma empresa para fazer uma galeria e teve a coragem de colocar duas manilhas para vazão da água, insuficientes em períodos chuvosos, provocando alagamentos que chegam a um metro”, denunciou.
Rozilaine Ferreira Ventura mora com o marido e três filhas (foto) próximo a galeria feita pelo DEER e contou que perdeu novamente vários móveis com o alagamento. “Pelo terceiro ano, perdi cama, colchões e eletrodomésticos devido ao desmatamento da mata e assoreamento da manilha. A água sobe de uma vez, não dá para tirar nada”, contou a moradora.
José Raimundo Nonato Ventura (foto) é outro morador que vê o terreiro de sua casa virar um lago com as fortes chuvas. “As manilhas têm que ser trocadas. Não comportam a vazão da água. O DEER tem que vir aqui para ver que está tudo errado”, cobrou.
Maria da Conceição (foto), moradora da comunidade há 15 anos, teve a casa também invadida por água e lama. “Á água que desce da serra, trazendo madeira e muita terra, acaba entupindo as duas manilhas da galeria, provocando o alagamento. Mais uma vez, tivemos prejuízos”, disse.
A moradora Geralda Félix (foto), que tem uma casa próxima à ponte construída por um fazendeiro, mostrou o muro de contenção que desabou antes mesmo de ser concluído. “A ponte tem baixa vazão e o volume de água transbordou, passando por cima, comprometendo o muro que contava com cintamento, alicerce de quase dois metros, amarras e muito concreto. Perdemos cerca de R$ 50 mil”, contabiliza.
A Prefeitura, por meio da Assistência Social, informou que prestou todos os atendimentos solicitados pelos moradores e ajudou na retirada da lama.
Matéria publicada na edição 777 do Folha Popular