Conclusão das obras e ampliação de alunos foram promessas de Marco Antônio
Universidade vai começar novo ano letivo com o mesmo número de alunos dos últimos anos
10/03/2024 – Com o projeto de implantação longe de ser concluído, o campus de Itabira da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) realizou neste início de ano mais uma colação de grau, abrindo vagas para 450 novos alunos. O campus de Itabira conta no momento com 1.700 alunos. Passados 15 anos, desde sua instalação no município, continua com praticamente o mesmo número de estudantes iniciais, quando o projetado era de se ter mais de 10 mil.
Se todas as vagas forem preenchidas, em 2024, o ano letivo, previsto para iniciar no dia 11 de março, será aberto com 2.150 alunos. O total frustra as previsões iniciais, estimadas na consolidação da instalação do campus na cidade, que era de 10 mil alunos matriculados, o que já deveria ter ocorrido há pelo menos cinco anos. Mas o quantitativo de corpo discente congelou. Desde 2019 não passa muito de dois mil.
Em seu plano de metas, assinado em 2021, o governo Marco Antônio Lage previu fechar 2024 com 3,5 mil alunos no campus.
A projeção de alunos não é a única que falhou. Também estão congeladas as projeções para o projeto arquitetônico. Em meados de 2020 foi dada uma arrancada na construção de três prédios dos seis prédios de aprendizagem apresentados no projeto inicial, em 2012. As duas estruturas existentes são chamadas de anexos.
Os três prédios que já deveriam ter sido entregues, tinham prazo de dois anos para serem concluídos. Depois da pandemia de Covid-19, a obra acabou paralisada e só foi retomada em julho do ano passado e avança muito lentamente. A reportagem questionou a instituição sobre o andamento das obras, mas a informação dada por meio de sua Assessoria de Comunicação é que precisará de um setor específico, no campus local, fazer o levantamento. Até o fechamento desta edição não houve resposta.
A lentidão nas obras ocorrida na pandemia, foi explicada pela falta ou alta de insumos da construção civil provocada justamente pela pandemia. E mesmo depois de muitas críticas, cobranças e negociações, as obras parecem não embalar.
O empreendimento na ocasião foi avaliado em R$ 124 milhões e fruto de uma parceria público-privada (PPP) entre a mineradora Vale e a Prefeitura de Itabira. Falta entendimento entre Vale e Prefeitura sobre quem deve arcar com esse aumento do valor, o que causa incerteza sobre a empreitada.
Enquanto a instituição aguarda pelos investimentos arquitetônicos, novos cursos de graduação vão sendo acrescentados à grade a conta-gotas
Essa expansão do campus avançado da Unifei Itabira é um dos grandes desafios para a instituição. Além de ampliar o espaço para salas de aula e de pesquisa, também há necessidade de se desenvolver novas estruturas para ampliar a capacidade produtiva e de formação da universidade.
O prefeito Marco Antônio Lage (PSB) causou revolta ao declarar durante entrevista a uma rádio da cidade no ano passado que não concordava de a Prefeitura de Itabira ter que investir mais na expansão do campus universitário. No entendimento dele, conforme deixou claro, o Município já fez sua parte com os recursos alocados na construção dos três novos prédios.
Em 2019, para a construção desses três prédios, um contrato feito entre a Vale e a gestão Ronaldo Lage Magalhães (PTB) previa que a mineradora arcasse com R$ 100 milhões durante as obras. Já o Município desembolsou os outros R$ 24 milhões restantes. Os custos da obra, porém, aumentaram, sem que o projeto fosse terminado. E ninguém quer pagar pelos valores acrescidos.
Enquanto a instituição aguarda pelos investimentos arquitetônicos, novos cursos de graduação vão sendo acrescentados à grade a conta-gotas. Entre eles o de bacharelado em ciência e tecnologia (Bctc) e matemática tecnológica.
- Matéria publicada na edição 805 do Folha Popular