Bernardo Rosa explicou a solicitação do Executivo é feita em função do Censo Demográfico
31/07/2023
Itabira poderá integrar o rol dos municípios que contestam o resultado do Censo Populacional de 2022. A discussão foi levantada pelos vereadores durante reunião ordinária. Os representantes políticos não concordaram com o índice populacional divulgado no dia 28 de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicaram ao prefeito Marco Antônio Lage (PSB) pedir a recontagem. O questionamento já foi feito uma vez, após publicação preliminar, no início do ano.
Os vereadores temem que a redução da população, em relação ao valor estimado, impacte nas contas do Município, que pode perder, por ano, mais de R$ 5 milhões. Isso ficou bem claro durante discussão de projeto enviado à Câmara pelo Executivo solicitando abertura de crédito, justificado pela necessidade de dar andamento ao Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Microrregião do Médio Piracicaba (Samu Regional) para o gerenciamento dos serviços de urgência e emergência.
Bernardo de Souza Rosa (Avante) explicou até que a solicitação do Executivo é feita em função do Censo Demográfico, considerando que a contribuição do Município ao consórcio de saúde também é per capita. “Com relação ao projeto, é só uma questão legal. Como foi feita a abertura de crédito que ano passado não foi utilizado e este ano pela repartição entre o número populacional de Itabira e com relação a per capita do consórcio foi necessário encaminhamento dessa lei aqui para Câmara, para que fosse aprovada”, esclareceu o vereador, que é relator da comissão legislativa.
A fala dele, entretanto, despertou os demais colegas para o problema, já que o projeto manteve os números da proposta anterior, cuja projeção populacional era de 122 mil habitantes, e não 113.343 conforme aferiu o último Censo.
Luciano Sobrinho cobra mais atenção do Governo quanto aos números
“Eu queria que o governo se atentasse quando for mandar o projeto para esta casa para conferir os números porque a gente observa que a diferença é pequena aqui em valores, mas os números não batem ao projeto de lei e consequentemente aqui o demonstrativo do impacto, os valores estão divergindo”, alertou o vereador Luciano Gonçalves dos Reis “Sobrinho” (MDB).
De acordo com os cálculos do emedebista, a diferença dos valores considerados no projeto e em relação ao número populacional, pela quantidade per capita, é de quase R$ 50 mil.
Outro exemplo observado pelos vereadores são os recursos federais que vêm do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pagos proporcionalmente segundo o número de habitantes.
Diante das discussões e questionamentos, o vereador Reinaldo Soares de Lacerda (PSDB) sugeriu ao líder do governo na Câmara, Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (PSB) intermediar a proposta do Legislativo ao Executivo de pedir uma recontagem do Censo. O vereador disse que o resultado publicado é uma dúvida geral da população, que não acredita em valor inferior a 122 mil habitantes na cidade.
Para ele, assim como em muitos municípios, Itabira sofreu a influência do ritmo de vida das pessoas, que geralmente mantêm suas casas fechadas com todos para o trabalho.
Ele desconfia que o resultado do IBGE tenha sido realizado por média, conforme critério usado pelo órgão federal para concluir o trabalho, caso o domicílio esteja fechado.
Além da recontagem, para garantir um resultado mais real, Reinaldo Lacerda propôs que paralelo à contagem dos habitantes, o Município, juntamente com a Câmara, faça uma campanha de conscientização para que os recenseadores sejam recebidos em todas as casas desta vez.
- Matéria publicada na edição 790 do Folha Popular