Conforme a vereadora Rose Félix, o governo endividou a Prefeitura de Itabira até 2032 para fazer obras do dia a dia, mesmo com orçamento de R$ 4 bilhões no mandato
26/06/2024 – O gasto excessivo da Prefeitura de Itabira com a realização de festas e com obras rotineiras, as reformas, ganhou mais um capítulo durante a reunião da Câmara Municipal.
Numa narrativa do mau gasto do dinheiro público, a vereadora Rosilene Félix Guimarães “Rose Félix” (PSD), denunciou a farra do dinheiro público para pagar shows e obras que ela classificou como sendo “do dia a dia”, ignorando ações que assegurem o futuro do itabirano.
Segundo a vereadora, que colocou o seu nome para concorrer a vice-prefeita na chapa do pré-candidato a prefeito, vereador Neidson Dias Freitas (MDB), o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) já gastou R$ 40 milhões, do empréstimo de R$ 100 milhões contratado junto à Caixa no segundo ano de seu mandato, com construção de pontos de ônibus, corrimãos, rampas e instalação de guarda-corpos.
Na ocasião que pediu a autorização da Câmara Municipal para a operação milionária de crédito, o prefeito alegou que o recurso era para obras estruturantes. No entendimento da vereadora, as obras relacionadas em um relatório, que fez questão de mostrar enquanto falava, deveriam ser contempladas no Orçamento Municipal mediante a uma programação.
Em vez disso, Marco Antônio usa o recurso do empréstimo que endividou Itabira até o ano de 2032 para pagar os serviços do dia a dia, enquanto o dinheiro da receita municipal é direcionado para a realização das festas, em aluguel de tendas e contratações de shows, que se tornaram a principal marca do seu governo.
Repleta de atrações de renome nacional, a programação do Festival de Inverno já teve anunciados cerca de 11 shows com valores que variam de R$ 220 mil a R$ 400 mil por banda ou artista musical.
“Não podemos esquecer que foi contraído um empréstimo que só terminará em 2032. E tenho aqui um relatório que demonstra que R$ 40 milhões deste valor deste empréstimo que está sendo destinado para construção de pontos de ônibus, rampas, corrimãos, guarda-corpos, de grades. Mas essas são obras estruturantes da cidade?”, questionou ela.
Com o valor aplicado nesses serviços, a vereadora disse que daria para o Município investir em algum projeto futurista.
“Enquanto isso, o dinheiro da receita municipal é direcionado para a
realização das festas, em aluguel de tendas e contratações de shows que se tornaram a principal marca do prefeito”
Rose Félix reconhece o lazer e a diversão como necessidade, mas pondera ser necessário um meio termo para conciliar as ações. Os R$ 40 milhões, na opinião dela, deveriam ser usados para realizar uma obra estruturante. Um exemplo apontado por ela, é a finalização da [avenida] Machado de Assis [que interliga a região do Gabiroba ao bairro Hamilton].
“Isso poderia ser feito pelo governo e não foi feito. Qual é o legado então que ele vai deixar? O empréstimo para Itabira. Então é preciso que a população itabirana reflita como o dinheiro está sendo gasto, porque esse dinheiro é nosso. Porque nós temos sim que ter o nosso lazer, mas se fosse na nossa casa, faríamos uma festa sem o básico para o resto do ano? A saúde é prioridade? A saúde está ok?”, enfatizou, propondo reflexão.
- Matéria publicada na edição 812 do Folha Popular