Gastos e dívidas da Itaurb disparam no governo Marco; saída é a taxa de lixo

Entre os governos Ronaldo Magalhães (2017/2020) e Marco Lage (2021/2024), dívida subiu R$ 42,844 milhões

14/06/2025 – Nos quatro anos do 1º governo Marco Antônio Lage (PSB), o custo para operar a Empresa de Desenvolvimento de Itabira Ltda (Itaurb) aumentou 115%, passando de R$ 37.895.396,95 para R$ 81.739.885,03. Em valores, o custo de um governo para o outro (Ronaldo Lage Magalhães e Marco Antônio Lage), subiu R$ 42.844.488.

Os dados foram retirados do Portal da Transparência da Prefeitura de Itabira pelo ex-vereador que também ocupou o cargo de gestor da Auditoria Interna e Controladoria do Município Fernando Muniz da Neiva. O levantamento foi uma reação ao anúncio da intenção do governo de instituir a taxa de coleta de lixo.

A proposta é prevista no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que tramita na Câmara e foi confirmada pelo secretário municipal de Fazenda, Júlio César de Araújo.
Júlio Araújo, que é vereador licenciado, alega que a taxa deve ressarcir o valor investido com serviço de coleta, mas não informou os valores a serem cobrados. Para ele, a taxa é justa e necessária.

“Na verdade, não existe almoço de graça. Quando se fala em taxas, é porque é necessário. Alguém está pagando por isso. Você chega na sua casa de manhã, coloca o lixo do lado de fora. Quando você virou as costas, o lixo não está lá mais, o caminhão já passou, recolheu”.

Contador graduado e experiente, Fernando Muniz, preocupado com o novo tributo, usou os dados para fazer uma comparação entre os dois últimos governos e acompanhar a evolução da condição financeira da Empresa de Desenvolvimento de Itabira.
Os números são demonstrados em gráficos e apontam para um endividamento consistente. Para o contador, a dívida é resultado das ações adotadas pela gestão atual.

“Ao assumir seu primeiro mandato, o ‘alcaide itabirano’ iniciou um forte processo de terceirização da empresa e indicação de apadrinhados políticos para os cargos comissionados, elevando substancialmente os custos operacionais e administrativos da empresa”, denunciou Fernando Muniz, exigindo uma explicação do destino dos mais de R$ 100 milhões gastos nesse período.

De acordo com os dados registrados no Portal da Transparência, o endividamento da empresa saltou de R$ 45 milhões em 2020, para R$ 54 milhões em 2023.
Em 2020, a despesa anual era de R$ 37.895.396, contra uma dívida acumulada de R$ 45.336.191, Em 2021, com despesa de R$ 42.816.087, o endividamento subiu para R$ 50.876.33.

No ano seguinte, (2022), despesa e dívida continuaram subindo, passando para R$ 66.199.071 e R$ 52.773.499 e em 2023; R$ 77.463.145 e R$ 53.828.814.
As despesas de 2024 foram de R$ 81.739.885. Entretanto, o valor da dívida não aparece entre os dados.

“O prefeito Marco Antônio precisa explicar onde foi parar todo esse dinheiro público e como evoluíram os gastos, se o serviço de limpeza urbana da cidade continua o mesmo. Aguardamos a publicação do balanço do ano de 2024 para atualização”, escreveu Fernando Muniz em documento divulgado nas redes sociais e grupos de WhatsApp.