Depois de enfrentar resistência, CPI da Itaurb tem sinal verde

“Nós estamos falando de uma empresa que além de gerar economia para o Município, gera mais de 800 empregos”, diz Vetão

  • INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES

13/01/2024 – Após ficar mais de 20 dias estacionada, aguardando publicação da Prefeitura de Itabira, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada no final do ano passado para investigar a Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), tem sinal verde para iniciar os trabalhos.

Articulada pela bancada de oposição na Câmara Municipal e o ex-líder do governo Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (PSB), a CPI enfrentou dificuldade logo no início devido à resistência da Prefeitura em publicar o requerimento com a lista dos membros da comissão no Diário Oficial do Município, alegando divergências nos documentos apresentados pela Câmara. Contudo, a esperada publicação acabou sendo feita na terça-feira (9).

Sob controle do vereador Sebastião Ferreira Leite “Tãozinho” (Patriota) e relatoria de Weverton Vetão, com nomeação proposta pelo presidente da Câmara desde que a proposta foi apresentada no plenário, a investigação utiliza como parâmetro as denúncias de corrupção ocorridas no fim de 2023. Mas conforme explicou Vetão, o colegiado, que traz em sua composição também o vereador Sidney Marques Vitalino Guimarães “Do Salão” (PTB) como vogal e os suplentes, Rodrigo Alexandre Assis Silva “Diguerê” (MDB), Rosilene Félix Guimarães e Neidson Dias Freitas (MDB), quer abrir várias frentes para realização de um trabalho amplo que traga à tona todos os fatores por detrás da situação financeira da empresa.

“Nós queremos abrir várias frentes. Uma delas é fazer o levantamento financeiro da empresa nos últimos seis anos pra entender como está a saúde financeira da empresa e o que de fato ocorreu nos últimos tempos. E o outro viés é fazer abordagem das denúncias com indícios de corrupção que foram feitas no término do ano passado, porque a Itaurb é uma empresa que já foi referência e nós precisamos lutar pra que ela possa manter a sua saúde financeira em dia, a sua reputação ilibada. Nós estamos falando de uma empresa que além de gerar economia para o Município, gera mais de 800 empregos. Então nós temos que nos preocupar com essas famílias que têm o seu sustento lá na Itaurb”, disse Vetão.

A CPI foi criada para investigar possíveis irregularidades na administração da Itaurb, que incluem desde processos licitatórios, balanços contábeis, passando por contratação e prestação de serviços ocorridos do período de 2019 a 2023. As demonstrações de resultados de exercícios e das mudanças do patrimônio líquido, também serão analisadas pelo colegiado.

De acordo com os integrantes da comissão, todas as movimentações financeiras realizadas pela empresa, dentro da Itaurb ou por ela, serão apuradas e analisadas minuciosamente.
Para isso, os vereadores terão um prazo de 90 dias, prorrogáveis por igual período.

O interrogatório aos envolvidos deve começar até a próxima semana. Todos os gestores que passaram pela empresa nesses últimos quatro anos deverão ser chamados para depor. Os funcionários que foram demitidos também estão listados para serem ouvidos. A proposta, segundo Vetão, é iniciar as investigações de trás para frente. Iniciando pelos fatos de 2023, voltando até 2019.

A CPI

Criada para investigar irregularidades na administração da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), a CPI foi apresentada na Câmara durante a sessão ordinária do dia 19 de dezembro. Apesar de não ter sido votada pelo plenário, a instauração do processo seguiu todos os ritos legais, obtendo mais votos do que o exigido para seu funcionamento.
De acordo com o Regimento Interno, a instauração de CPI acontece mediante o mínimo de seis assinaturas dos vereadores. Neste caso específico, a CPI da Itaurb foi assinada por sete vereadores, sendo eles, Tãozinho Leite, autor do requerimento, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB), Vetão, Luciano Gonçalves Reis “Sobrinho” (MDB), Roberto Fernandes Carlos Araújo “Robertinho” (MDB), Rodrigo Diguerê, Rosilene Félix Guimarães (MDB) e Sidney do Salão.