PLR 2023/2024: Vale alega despesas extras e ‘frouxidão’ para reduzir benefícios aos trabalhadores

Primeira reunião entre Vale e sindicado para ajustar proposta azedou

15/10/2023 – Com data-base em 1º de novembro, as discussões pelo Acordo Coletivo dos trabalhadores da Vale 2023/2024 começaram mal. Segundo o Sindicato Metabase de Itabira, no primeiro encontro para negociação, no dia 3, a empresa jogou na mesa um pacote com uma série de cortes de direitos já conquistados. A medida, que já está sendo chamada de pacote de maldades, inclui redução na cobertura do plano de saúde, metas mais difíceis para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), revisão para baixo do pagamento de insalubridade.

A proposta foi rejeitada na mesa. A recusa do sindicato, entretanto, não tranquiliza o trabalhador, já que as negociações estão apenas iniciando e pelo próprio histórico de vitórias da empresa em retirar direitos já conquistados. Mas ao que tudo indica, caberá ao próprio trabalhador impedir que a empresa coloque em prática seu plano macabro. O sindicato já avisou que terá novos encontros com a empresa para discutir a pauta de reivindicações, entretanto, antes, os trabalhadores serão convidados a participarem da elaboração da pauta, sugerindo e apontando o que precisam.

“Elas (as propostas) foram rejeitadas com veemência, já que atingem direitos duramente conquistados”, afirmou André Viana, em release distribuído à imprensa.
A empresa alega dificuldades devido aos sucessivos aumentos na área de saúde privada, o que reflete no plano de saúde (AMS) que a empresa oferece aos seus funcionários. A Participação nos Lucros e Resultados foi outro ponto destacado pela empresa, já que o “gatilho” serve como base para se atingir a nota global do Fator Vale (os trabalhadores precisam atingir as metas determinadas pela empresa). De acordo com a Vale, os trabalhadores atingem com frequência essa meta, com valor máximo, por “ter uma frouxidão nas cobranças”, facilitando-se chegar à meta determinada.
Outra reclamação da empresa é com o aumento de custeio (insalubridade), tema que será duramente debatido.

O sindicato aguarda novo encontro para discutir a pauta de reivindicações dos trabalhadores, com sugestões deles próprios.
“Recebemos todos os anos um expressivo número de sugestões, já que mais de 1.000 trabalhadores participam, ou seja, cerca de 25% dos empregados. Prevalecerá a vontade deles, lutaremos por mais conquistas. Assim tem sido, assim será”, finalizou André Viana.