Entre linhas da edição 798

27/11/2023

A toque de caixa
O presidente da Câmara Municipal, Heraldo Noronha (PTB), vem tentando acabar com a prática de votação de projetos a toque de caixa. Ele até tem se esforçado e esbravejado para impedir a deliberação das matérias que chegam de última hora na casa. Entretanto, Heraldo Noronha não tem tido muito sucesso nesse seu posicionamento. Na terça-feira (21) a luta travada pelo presidente foi contra o projeto que trata do Plano de Cargos e Salários dos Servidores Municipais. Cobrado insistentemente durante mais de um mês, somente na véspera da reunião foi que o documento chegou, não dando tempo quase nenhum para avaliação dos vereadores. Heraldo tentou ser firme na sua decisão de deixar a votação para a próxima semana, mas foi parcialmente vencido pela pressão do público e dos vereadores. Mesmo não permitindo a inclusão da matéria na pauta do dia, aceitou marcar uma extraordinária, precipitando a tramitação do projeto. A primeira votação ficou para quarta-feira (22), para na próxima semana despachá-la de vez.

Ânimos acirrados
A proposta de destinar recursos do projeto de lei que trata do Orçamento Municipal para a realização de cirurgias eletivas na rede pública de saúde, foi o estopim para o bate-boca entre os vereadores da base do governo e a oposição, durante a sessão plenária de terça-feira (21) na Câmara Municipal. Não faltou troca de farpas e sobraram ironias. “Senhor presidente, o vereador não tem controle emocional para uma discussão em plenário. O vereador não tem controle para discussão emocional”, esbravejou o líder do governo, Carlos Henrique de Oliveira (PDT), depois de uma reação irônica do autor da emenda à justificativa dele na rejeição da proposta.

Cães raivosos
A oposição na Câmara de Itabira está com cara de poucos amigos devido à postura sarcástica do novo líder do governo no Legislativo, o pedetista Carlos Henrique de Oliveira. Se continuar assim, as mordidas serão profundas daqui para frente e pior, sem direito a injeções antirrábicas…

Povo sem prestígio
Não teve jeito. O povo até tentou, reivindicou, implorou. Mas os vereadores que apoiam o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) não cederam e barraram mesmo a verba no orçamento da Prefeitura para as cirurgias. A emenda proposta para um direcionamento exclusivo do recurso não iria levar nem 1% do valor que será arrecadado em 2024. A previsão orçamentária é de R$ 1 bilhão e a emenda indica a separação de R$ 1 milhão para destravar as cirurgias eletivas na rede pública.