Microrregião de Itabira contabiliza saldo negativo de empregos

Box: números das admissões de demissões na microrregião

São Gonçalo do Rio Abaixo, com a maior renda per capita da região, lidera o índice de demissões

A microrregião de Itabira, envolvendo as cidades onde o impresso Folha Popular mantém circulação, encerrou os 11 meses de 2022 (janeiro a novembro) com 2.477 desligamentos contra 2.252 admissões, gerando um saldo negativo de 225 empregos.

Os dados estão na planilha da movimentação do mercado de trabalho da unidade de inteligência do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG) com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Print da tela do Sebrae com dados de São Gonçalo

Conforme os lançamentos, puxa a onda de desemprego a mais rica cidade da região, São Gonçalo do Rio Abaixo, que mesmo com os cofres púbicos municipais cheios, assistiu à demissão de 1.681 pessoas. Os setores mais penalizados foram os de construção civil, com 1.647 desligamentos, e extração mineral, com 56 trabalhadores a menos.

Vista panorâmica de Barão de Cocais: cidade também perdeu centenas de postos de trabalho, principalmente na construção civil

Barão de Cocais aparece em segundo lugar no quadro de demissões. Foram 4.313 contratações no período, ante 5.069 demissões, saldo negativo é de 756. A construção civil foi a que reduziu postos, com menos 864 trabalhadores. A extração mineral aparece de forma positiva, com 33 novas carteiras assinadas.

Na situação inversa, aparece João Monlevade, com 12.364 novas contratações e 10.857 demissões, saldo positivo de 1.507 novos postos de trabalho. Os dois setores mais fortes foram os serviços, com 828 novas vagas e a indústria de transformação, com 201.

Obra parada: na maioria das cidades, a construção civil responde pela maior fatia das demissões

Também merece atenção a cidade de Itabira, a mais populosa da microrregião. No período de 2022, os dados do Sebrae/Caged mostram que o município empregou 15.931 pessoas e mandou de volta para casa outras 15.434, ficando com saldo positivo de 497. A construção civil responde pela maior fatia das demissões, 803 no total. Já o setor de serviços, aparece com saldo positivo de 754 novos empregos.

Na planilha da movimentação do mercado de trabalho das entidades “https://www.inteligencia-sebraemg.com.br/mercado-de-trabalho-mg”, o único segmento que aparece zerado, sem demissões ou admissões, é o setor público, que envolve prefeituras, câmaras e entidades estaduais e federais.

Todos os demais segmentos: agropecuária, comércio, construção civil, extrativa mineral, indústria de transformação e serviços trazem números relacionados a contratações e desligamentos de pessoal entre janeiro e novembro de 2022.

  • SAÍDA É O CARGO PÚBLICO

Prefeitura de São Gonçalo é uma das principais empregadoras da cidade

Portal da transparência do Município tem 2.438 vagas para atender as 16 secretárias, controladoria e jurídico do Governo

Diante de queda drástica de empregos nos setores comerciais em 2022, com 1.647 demissões, a Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo, governada pelo ex-deputado estadual Raimundo Nonato Barcelos “Nozinho” (PDT), é, de longe, uma das maiores empregadoras da cidade.

Conforme o Portal Municipal da Transparência, até dezembro de 2022, o governo Nozinho mantinha no quadro de pessoal 1.525 pessoas de 2.438 vagas abertas. Deste total, não estão inclusas as vagas criadas por meio de empresas contratadas, como de segurança patrimonial e outras dezenas, como a de motoristas de veículos locados.
A reportagem tentou contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura para mais informações, mas sem sucesso.

Jovem no mercado de trabalho

Número de pessoas com idades entre 18 e 24 anos aumentou no estado

Em se tratando de Minas Gerais, o estado é o segundo do Brasil que mais empregou jovens de 18 a 29 anos entre janeiro e novembro de 2022. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo chegou a 150.984 vagas com carteira assinada entre pessoas desta faixa etária durante o período. O estado ficou atrás apenas de São Paulo (492.594) e à frente do Rio de Janeiro (126.799) e do Paraná (96.137).

Na separação das faixas etárias, conforme o Caged, Minas também aparece como segundo colocado. Considerando os jovens de 18 a 24 anos, o saldo de empregos foi de 126.665 no período, contra 398.650 de São Paulo, 94.703 no Rio de Janeiro e 26.955 no Espírito Santo.

O superintendente de Gestão e Fomento ao Trabalho e à Economia Popular Solidária da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Marcel Cardoso Ferreira de Souza, explica que os dados são especialmente positivos, pois, normalmente, esta parcela da população encontra mais dificuldade em ingressar e se manter no mercado de trabalho.
“Geralmente, as exigências são maiores para esse público. O empregador demanda experiência e isso impede que boa parte dessas pessoas sejam colocadas no mercado de trabalho. Por isso, o Governo de Minas tem se esforçado para garantir a inserção desse público no mercado, com uma política pública junto aos empregadores para flexibilizar essas exigências”, diz.

Matéria especial publicada na edição 778 do Folha Popular