Itabira fecha agosto com crescente estatística de incêndios e queimadas

É fogo – Além de Itabira, em Santa Maria um incêndio de grandes proporções em mata na noite de sábado (27) assustou moradores

No último fim de semana, o Corpo de Bombeiros recebeu uma denúncia informando que um homem havia colocado fogo no mato em uma área da Vale. Quando chegou ao local, o homem já havia fugido, mas foi visto por outras pessoas repetindo a ação em outro local. A informação é do sargento Alisson Rogério Silva, bombeiro militar.

Segundo o bombeiro, já ficou comprovado que a maior incidência dos incêndios em áreas públicas e privadas é resultado de ações criminosas. De acordo com ele, as chances de um incêndio natural, mesmo em meio à seca e baixa umidade do ar, são quase zero. “Muitas vezes, esses focos começam como uma atitude irresponsável e se transformam em labaredas que matam a vegetação e animais, ameaçam ou atingem pessoas e imóveis, poluem o ar e ainda põem em risco os próprios combatentes”, comentou ele.

O problema revela uma cultura arraigada que precisa ser mudada. Apesar das inúmeras campanhas de prevenção e conscientização realizadas todo ano pelos órgãos de proteção, como Corpo de Bombeiros, Instituto Estadual de Florestas (IEF) e outros, agosto chega ao fim se consolidando mais uma vez, como o mês mais dramático em relação ao número de focos de fogo. O Corpo de Bombeiros de Itabira ainda não fechou a planilha, mas diariamente a corporação vinha atendendo até cinco chamados por dia para combate de focos de incêndio, por toda a cidade.

Além de colocar em risco a segurança e a saúde da população, o sargento adverte que as queimadas são crime. Em 2015, a Câmara Municipal aprovou uma lei do vereador Rodrigo Alexandre Assis Silva “Diguerê” (PSDB) que proíbe qualquer tipo de queimada, em área rural ou urbana, dentro do município de Itabira.

Todo cidadão que for flagrado incendiando lotes, lixo, resíduos tóxicos ou qualquer outro tipo de material será sujeito a penalidades que incluem multas. A regra vale para passeio, área interna de residência e até produtos tóxicos em churrasqueira.

O principal objetivo da lei é coibir essa prática infracional que atinge diretamente o meio ambiente. O projeto abrange de queimadas em pastos, locais abertos, fazendas, a incineração de materiais na própria residência. A ideia é conscientizar a população itabirana.

Os prejuízos dos incêndios e queimadas vão além dos bens materiais. Além de agravar e prejudicar o solo, devastam o meio ambiente. As fuligens e fumaças dos incêndios florestais e queimadas agravam as doenças respiratórias da população, que em Itabira sofre também com o aumento da poeira vinda das minas da Vale.

O sargento explica que cabe ao homem, portanto, os cuidados para se evitar o problema. Mas ele indica que a população também pode contribuir para frear esse crime ambiental. “Se uma pessoa for vista colocando fogo em locais públicos, ela precisa ser denunciada”, disse, explicando que a denúncia pode ser anônima com ligação para o telefone 181.
“Precisamos proteger a vida e o meio em que vivemos”, concluiu.

Matéria publicada na edição 766 do Folha Popular