Erro de planejamento em residencial provoca falta de água no Barreiro

Diretor responsável pela obra de condomínio diz que tem estudo de viabilidade assinado pelo Saae

Os moradores do Residencial Barreiro, em bairro de mesmo nome em Itabira, estão a quase três semanas sem água.

Conforme relatos e informações da Prefeitura, o residencial, construído pela MD Predial e entregue em outubro de 2019, sofre constantemente com o desabastecimento. Para entender e solucionar o problema, o prefeito Marco Antônio Lage designou o secretário municipal de Governo, Gabriel Quintão, e o diretor técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Dartson Fonseca, para conversar com a população afetada.

De acordo com o representante da autarquia, até a construção do condomínio, a rede de distribuição de água do Saae atendia perfeitamente aos moradores do Barreiro. No entanto, com a ocupação dos 144 apartamentos, a estrutura não consegue suprir a demanda. Para Dartson Fonseca, houve um erro no planejamento da infraestrutura do empreendimento, inaugurado em 2019. Ele contou ainda que sem a construção de uma nova rede, o problema acontecerá novamente.

“Os responsáveis pela obra deveriam ter previsto a necessidade de fazer uma rede de distribuição de água adequada para atender os apartamentos. Mas, vamos consertar isso”, disse Dartson Fonseca.

O diretor técnico explicou aos moradores que a construção da rede de distribuição não acontece de maneira rápida. No entanto, para agilizar o processo, a autarquia já está adquirindo os tubos e materiais necessários para a obra. “A alternativa que temos neste momento é a de abastecer a caixa d’água com o auxílio de um caminhão-pipa. Enquanto isso, já estamos providenciando a construção dessa rede.

Gabriel Quintão afirmou que a falta de estrutura adequada para a construção de 144 apartamentos – a maioria com quatro ou 10 moradores – levará a Prefeitura a solicitar informações à Caixa Econômica Federal (responsável pelo financiamento da obra) e à construtora que executou o serviço.

“A Prefeitura está empenhada em resolver essa demanda, é uma determinação do prefeito. Vamos atrás da Caixa, da construtora para saber o porquê de ter sido aceito um empreendimento com pouca infraestrutura”, afirmou Gabriel Quintão.
A síndica Cristina Vitalino dos Santos agradeceu pela oportunidade de explicar sobre o desabastecimento e de entender o motivo do problema após as explicações dos representantes do Município. “Quero agradecer pela presença de vocês e pelas explicações que foram dadas pra gente, por nos esclarecer todas as dúvidas. Tem mais de um ano que estamos morando aqui e sofrendo com esse problema da água”, declarou.

Empresa se defende
O Folha Popular entrou em contato com a MD Predial. O diretor Rangel Costa Guedes informou que não há problemas estruturais ou de planejamento no residencial. “O empreendimento foi construído seguindo todas as normas exigidas pela Caixa, que financiou a obra. Uma das exigências é o estudo de viabilidade de fornecimento de água, o qual foi aprovado pelo Saae na época. O que acontece é que eles endossaram o estudo mas não ampliaram o sistema de abastecimento em tempo hábil, que devem fazer agora. A culpa não é da MD Predial”, disse Ronan Guedes.

Matéria publicada na edição 727 do Folha Popular (11/02/2021)