Em um mesmo período entre os anos de 2020 e 2022, o número de reclamações envolvendo o comércio pela internet saltou de 2.582 para 3.205
A pandemia de coronavírus em 2020 chegou e estabeleceu uma nova maneira de viver. O isolamento social exigiu adaptações e fixou novos hábitos no brasileiro, que chegaram para ficar. As compras on-line se destacam entre esses hábitos. Presos em casa, com o comércio físico fechado durante o ápice da crise, o brasileiro descobriu que a comodidade dos serviços de delivery é uma utilidade a mais para o seu celular.
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) mostra que mais de 20 milhões de brasileiros realizaram suas compras pela internet em 2020. No período, o crescimento de vendas on-line foi de 68% em todo o país. Itabira não fica por fora. Isso pode ser comprovado com o aumento nos registros de reclamações junto ao Procon.
Segundo a secretária- executiva Virgínia Cleiston Magalhães Menezes Cruz, as reclamações relacionadas a compras on-line registradas no Procon de Itabira cresceram muito após o início da pandemia.
Em um mesmo período entre os anos de 2020 e 2022, o número de reclamações envolvendo o comércio pela internet saltou de 2.582 para 3.205. Só até a primeira semana de abril, já foram 1.299 demandas registradas sobre essa modalidade de compra. Para a secretária-executiva do órgão de defesa do consumidor, o crescimento dos problemas está relacionado à situação da pandemia e à mudança nos hábitos de compra. “As reclamações relacionadas a compras on-line registradas no Procon apresentaram uma elevação expressiva após o início da pandemia. O isolamento social provocou um aumento considerável das compras pela internet e, consequentemente, também têm sido registradas mais fraudes”.
São muitas as variáveis causas das reclamações e incluem cartões de crédito não solicitados, cobranças de valores não reconhecidos, empréstimos não solicitados, produtos que não chegam ou chegam em condições impróprias para o consumo. Mas as principais queixas dos consumidores referem-se a atraso ou não entrega do produto, seguido de problemas com cobrança.
Outro ponto destacado por Virgínia Cruz e segundo ela muito manifestado nos registros ao Procon, é a falta de interesse dos fornecedores em dar resposta às reclamações de atendimento. E isso pode acontecer antes, durante ou depois das vendas.
“Temos muitos relatos de consumidores que fazem compras em sites falsos ou perfis de redes sociais falsos”, advertiu Virginia Cruz.
Com medida de proteção ao consumidor, o Procon de Itabira criou um atendimento virtual, também disponibilizado pelo Whatsapp o Alô Procon – 3839-2943. O canal é exclusivo para denúncia. Lançado em função dos protocolos de afastamento social, o serviço ainda está sendo mantido.
Os golpes envolvendo o comércio ficam muito mais fáceis aplicados pela internet. Para evitar cair em armadilha, Virgínia Cruz ressalta a importância dos consumidores desconfiarem sempre quando a situação parecer muito vantajosa, uma vez que notícias e ofertas falsas são usadas para atrair consumidores.
Orienta ainda, que os consumidores, evitem abrir links desconhecidos que são enviados por e-mail, whatsapp, pois quando clica, ele terá seus dados clonados pelo estelionatário. Especialistas apontam que pedidos de doações de desconhecidos e ofertas com valores muito abaixo dos praticados pelo mercado devem inspirar desconfiança. Em sites fraudulentos, dados sensíveis, como RG, CPF e até mesmo informações bancárias, estão em risco.
Por isso, os consumidores precisam fazer uma extensa pesquisa sobre a reputação de uma empresa antes de realizar uma transação. Analisar a opinião de outros compradores pode ser uma boa fonte de informações nesse processo.
Dicas do Serasa de como se proteger de golpes na internet
No site do Serasa o consumidor poderá encontrar também uma série de dicas para não cair em golpes. Entre as dicas está a conferência dos dados comerciais da empresa de comércio eletrônico. Os canais de venda virtuais são obrigados a fornecer dados como razão social, endereço, telefone e CNPJ, de preferência, em sua página principal. Desconfie de sites que não seguem essa regra.
Identificar as informações de contato. Quanto mais fácil você localizar telefones, endereços e e-mail para entrar em contato com o comércio eletrônico, tirar dúvidas ou encaminhar problemas, mais confiável o site e menos provável será de você ser vítima de um golpe virtual. Alguns sites, inclusive, oferecem chat on-line pelo qual você pode conversar com um atendente em tempo real.
Uma dica importante é a qualidade dos textos. Erros de português e fotos de má qualidade são bons indícios de sites que não são idôneos, construídos de forma amadora e com a finalidade exclusiva de tirar dinheiro das pessoas. Fique atento.
Também é importante buscar recomendações, guardar o comprovante de pagamento e dar preferência ao pagamento por cartão de crédito. Sites que só aceitam boletos ou Pix, devem ser evitados.
Matéria publicada na edição 756 do Folha Popular