Flávio Pena também foi ex-diretor do Cruzeiro na era Wagner Pires
PAGOU COM DINHEIRO DO ITABIRANO
12/08/2023
A exoneração do secretário de Planejamento e Gestão, Flávio Pena Medeiros, logo após a Prefeitura de Itabira ter tornado público que o governo pagou um curso para ele de mais de R$ 20 mil nos Estados Unidos, repercutiu negativamente na Câmara Municipal. O assunto foi levantado pelo vereador Neidson Dias Freitas (MDB) em crítica às constantes trocas no primeiro escalão que vêm ocorrendo no atual governo. Ele acusou ainda o secretário de ter jogado o dinheiro do itabirano no lixo, ao trocar a Prefeitura por salários mais altos em Belo Horizonte, 90 dias depois de fazer o curso nos EUA.
No seu terceiro ano de governo, nesta semana, Marco Antônio Lage (PSB) chegou à marca de 40 substituições no seu secretariado. Somente Flávio Pena passou por pelo menos três secretarias. Cinco secretarias tiveram quatro gestores diferentes até agora.
Além de inconsistência no processo administrativo e governamental, para o oposicionista, a “dança das cadeiras”, que se tornou marca deste governo, está trazendo prejuízos aos cofres públicos.
Neidson Freitas apontou desperdício do investimento profissional. O valor de R$ 20 mil foi trazido à tona devido a questionamentos apresentados pela vereadora Rosilene Félix Guimarães (MDB) a respeito do pagamento e custos desproporcionais de diárias atribuídas a Flávio Pena.
Neidson Freitas disse que foi o próprio secretário que contou que fez o curso, em entrevista a um jornal local, depois de ter sido confrontado pelo gasto de R$ 47 mil em diárias. A intenção era afastar a desconfiança de que o dinheiro teria sido usado por interesses pessoais.
Dos R$ 47 mil da diária, Flávio Pena disse que R$ 20,3 mil foram pagos na inscrição de um curso de ecossistema de inovação nos EUA”. O que significa isso? Diante desse troca-troca, o prefeito levou o (então) secretário de Desenvolvimento Econômico para fazer esse curso nos EUA e quem pagou? O povo itabirano”, destacou o vereador.
O curso aconteceu durante viagem do secretário junto com o prefeito aos EUA, o que também deu margem a uma outra crítica do emedebista, que ressaltou a falta de prestação de contas sobre o motivo da viagem ao país norte-americano. Para piorar a situação, 10 dias depois que chegou, o secretário foi remanejado para outra pasta e 60 dias depois, apresenta agora o pedido de exoneração, deixando de forma definitiva o governo.
As críticas de Neidson Freitas não se restringiram aos prejuízos provocados pelo remanejamento de secretariado ocorrido na segunda-feira (7). A instabilidade no primeiro escalão da Prefeitura, segundo ele, é o motivo do governo não funcionar. Em seu terceiro ano de gestão, Neidson Freitas disse que o prefeito Marco Antônio ainda não conseguiu montar uma equipe para governar, o que em sua opinião, é preocupante para a cidade.
A falta de vínculo dos forasteiros com o município pode estar travando projetos governamentais. “Nós estamos diante de um prefeito que está chegando ao final do seu governo e não conseguiu sequer montar uma equipe. É por isso que as coisas não estão funcionando aqui em Itabira. É por isso que agora essas obras começam a aparecer, obras eleitoreiras, porque no decorrer do mandato todo, o prefeito precisou tentar acertar os nomes pra administrar a cidade. E quando ele chegou, ele veio com um discurso de que estaria trazendo as pessoas mais notáveis do Brasil para trabalhar aqui em Itabira, como se aqui na nossa cidade não tivesse profissionais capacitados”.
As pessoas que o prefeito trouxe, segundo Neidson Freitas, apenas vieram pelo dinheiro, mas já estão todas de partida para não ter o nome relacionado ao governo. Apesar de ter prometido um governo técnico, as escolhas comprovam que Marco Antônio nunca teve critério nenhum para selecionar seu secretariado. “Foram escolhidas pessoas blindadas pela campanha eleitoral, em pagamento de favores. Flávio Pena, por exemplo, passou por cinco pastas e agora disse que recebeu proposta melhor em Belo Horizonte, onde poderá receber um salário três vezes maior”, disse.
O emedebista ainda aproveitou para dar uma alfinetada, lembrando que o irmão de Flávio Pena é dono de uma empresa que executa diversas obras da Prefeitura.
- Matéria publicada na edição 791 do Folha Popular