Unidade da Fhemig é referência em pré-natal de alto risco em Belo Horizonte
Quem já deu à luz um filho sabe o quanto esse momento é emocionante. Imagina quando, em vez de um bebê, são três. Érika da Silva Elisio sabe bem o que é isso. Ela acaba de ganhar trigêmeos na Maternidade Odete Valadares (MOV), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), onde recebeu todo o acompanhamento de pré-natal desde o início da gestação de alto risco.
Os trigêmeos, que estavam em placentas e bolsas amnióticas separadas, vieram ao mundo na manhã dessa segunda-feira (29/5), em parto com uma grande equipe formada por anestesista, ginecologistas obstetras, pediatras, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Uma enorme emoção para quem pôde acompanhar de perto.
Gustavo foi o primeiro a chegar, com 1,774 quilo, seguido por Isadora, com 1,746 quilos – que nasceu empelicada – e por Antônio, com 1,974 quilo. “Chorei, tremi, foi muito emocionante estar presente nesse momento”, afirma, orgulhoso, o pai Marcos Vinícius Nogueira de Souza.
De acordo com a médica residente Juliana de Oliveira Loura, uma das profissionais a realizar o parto, tudo correu bem. “Foi tudo ótimo, dentro do esperado. Os bebês foram encaminhados à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), por se tratarem de bebês prematuros. Mas deu tudo certo”, comemorou.
Caso raro
Com casos de gêmeos na família dela e do marido, Érika foi uma das raras mulheres a ficar grávida de três bebês naturalmente. Segundo os médicos, esse tipo de gravidez é mais comum em mulheres que passam por tratamento para conseguir engravidar.
“Foi um susto muito grande quando descobrimos. Fiquei muito ansiosa, pensando no espaço que temos em casa e na nossa situação, já que somos autônomos. Meu marido teve uma crise de riso. Porém, com o tempo e muito apoio familiar, o amor transbordou”, recorda Érika.
Aos 38 anos, ela, que já é mãe do João Lucas, de 12 anos, agora segue na expectativa de ter a família dobrada. “Como já passei pela experiência de ter um bebê, sei que não será fácil, mas o amor é tão grande que compensa todas as dificuldades que possamos passar”, afirma emocionada.
Ela aproveita ainda para destacar a qualidade do atendimento que recebeu na maternidade. “Foi tudo maravilhoso. Todos com quem tive contato foram muito cuidadosos e atenciosos, sempre preocupados comigo. Me senti muito acolhida. A equipe é formidável. Só tenho gratidão pela Maternidade Odete Valadares”, elogia.
Riscos
De acordo com a ginecologista obstetra e especialista em medicina fetal da equipe de alto risco da MOV, Júlia Castro Damásio Ferreira, por se tratar de uma gestação múltipla, os riscos são maiores. “Como é uma gravidez de alto risco, é necessário maior monitoramento, com exames de ultrassonografia mais frequentes, assim como consultas de pré-natal mais próximas, especialmente após 20 semanas de gestação, devido ao aumento do risco de morbidade materna e morbidade e mortalidade perinatal. No entanto, de forma geral, correu tudo tranquilamente com a Érika e os bebês. Ela seguiu todas as nossas orientações e não tivemos grandes intercorrências”, relata a médica.
A profissional explica ainda que, em casos como esse, a cesárea é a melhor opção. “Estudos mostraram que o parto vaginal de trigemelares está associado a um risco maior de natimorto e morte neonatal. Por isso, opta-se por parto cesariano. Também, há um risco aumentado de hemorragia puerperal associado a hipotonia por hiperdistensão uterina”.
Além disso, segundo ela, nas gestações múltiplas, existe uma probabilidade maior de anomalias fetais, restrição de crescimento fetal e crescimento discordante, entre outras complicações. “Somado a isso, uma das mais frequentes em gestações múltiplas é o parto prematuro, que pode resultar em maior morbimortalidade infantil”, afirma.
Maternidades da Fhemig
As quatro maternidades da Rede Fhemig – MOV e Hospital Júlia Kubitschek (HJK), em Belo Horizonte, Hospital Regional João Penido (HRJP), em Juiz de Fora, e Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), em Patos de Minas – são referências no atendimento à gestação de alto risco.
As UTIs Neonatais contam com infraestrutura completa e equipes multidisciplinares especializadas, formadas por profissionais como médicos de diversas especialidades, enfermeiros, psicólogos, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais e fonoaudiólogos.
As unidades dispõem, ainda, de protocolos clínicos para as principais patologias presentes na prematuridade, como retinopatia, displasia broncopulmonar, icterícia neonatal, distúrbios glicêmicos e metabólicos, persistência de canal arterial, hemorragias periventriculares, administração de surfactante, reanimação neonatal para prematuros e recém-nascidos a termo, sepse neonatal precoce e tardia, infecções congênitas, nutrição enteral e parenteral, entre outros.