Moradores já enviaram dezenas de vídeos apontando a péssima qualidade da água fornecida pelo Saae. O governo segue usando servidores do Saae para dizer que tudo está normal
27/04/2024 – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a qualidade das águas de Itabira foi prorrogada nesta semana na Câmara Municipal. A decisão unânime foi tomada pelo colegiado. A CPI da água foi instalada em novembro do ano passado, com a finalidade de apurar a má prestação de serviços pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Com a prorrogação, a comissão tem até o final de julho para entregar o relatório.
“Estávamos apressando o processo porque achávamos que o período de recesso parlamentar não contava no prazo, mas em consulta ao jurídico da Câmara, nos foi informado que conta sim. Então decidimos que temos ainda algum tempo para finalizar a apuração”, esclareceu a presidente da CPI, vereadora Rosilene Félix Guimarães “Rose Félix” (PSD).
A presidente disse que a comissão já está trabalhando no relatório. Entretanto, esclareceu que as novas ocorrências envolvendo a qualidade ou poluição da água, como o derramamento de poluentes industriais no Córrego Candidópolis, ocorrida nesta quarta-feira (24), deixando a água vermelha não fazem parte dos trabalhos da comissão.
Rose Félix explica que “a CPI tem um objeto específico, então todos esses eventos que tem ocorrido depois da instalação da CPI, eles não são objetos da CPI”.
Por outro lado, a vereadora esclarece que os fatos também não serão desprezados. “Mas nós fazemos diligências, oficiamos o Saae, secretaria de Meio Ambiente, Polícia Ambiental, os outros órgãos de proteção à saúde ambiental, para que eles nos prestem contas do ocorrido e essas informações subsidiarão o nosso relatório”.
Os novos eventos envolvendo a água e o abastecimento na cidade, conforme explicou a vereadora, vão reforçar todo o trabalho feito até aqui e servirá como base de abertura de outros processos pelo Ministério Público, se for o caso, para apuração de causas, responsabilidades e penalização dos culpados.
Já a CPI, tem função investigativa, explica Rose Félix.
A comissão já percebeu com as investigações realizadas até aqui, uma mudança no comportamento da população. Desde que foi instalada a CPI, ela disse que as pessoas estão mais atentas e denunciando todo problema relacionado a qualidade da água, o odor da água, problema com sujeira e escassez. E mesmo que os problemas recentes não sejam tratados diretamente pela comissão, eles serão considerados no relatório.
Nesta semana, a água do córrego do Praia, sentido ETE Laboreaux, chamou a atenção pelo tom avermelhado
“Faremos o relatório apontando os elementos que nós encontramos, não descuidando desses outros fatores, mas sinalizando que tem algo muito grave, muito sério acontecendo que medidas urgentes precisam ser tomadas e os responsáveis sejam penalizados.
O que a CPI não aceitará, na denúncia do problema aos órgãos responsáveis com a entrega do relatório, é o argumento de que os problemas são antigos, por entender, que independente de quem esteja no comando, uma vez eleito, tem que assumir as responsabilidades e resolver os problemas da cidade.
“A gente ouve falar que esse problema não é de agora, não é culpa desta gestão. A gestão que está aí tem que tomar solução. E as desculpas que o Saae vem dando não serão mais toleradas. As causas verdadeiras tem que ser apontadas para que soluções verdadeiras sejam encontradas”.
Presidente da CPI vai acompanhar audiência pública sobre a água de Itabira na Assembleia Legislativa
Presidente da CPI da água em Itabira, a vereadora Rosilene Félix, depois de ter tomado conhecimento da organização do debate pela reportagem do Folha Popular de uma audiência pública para discutir o problema da qualidade da água fornecida ao itabirano, pretende acompanhar o debate antes de encerrar o relatório da CPI. O encontro ainda não tem data marcada, mas ela acredita que as discussões poderão ampliar ainda mais as considerações finais no documento que está elaborando.
- Matérias relacionadas
Qualidade da água de Itabira será tema de audiência pública na Assembleia Legislativa
