Carnaval também é tempo de estar atento à rede elétrica
ARTIGO:
Demetrio Aguiar
Os meses de fevereiro e março são esperados por muitos brasileiros ao longo de todo o ano que passa: é tempo de carnaval e a diversão pelas ruas é garantida. No entanto, esse período também é o momento de ter atenção redobrada em relação à rede elétrica, já que a instalação de iluminação, enfeites e alegorias e o tráfego de trios elétricos e carros alegóricos exigem cuidados específicos para garantir a segurança de quem pretende trabalhar ou curtir a festa.
Do carnaval de 2013 até o de 2018, foram contabilizadas 16 mortes relacionadas à eletricidade em todo o Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). Entre os principais motivos, carros alegóricos que tocaram a rede e provocaram curto-circuito elenca a lista.
Trios elétricos e carros alegóricos devem ficar longe da fiação dos postes e é importante sempre certificar que a altura desses veículos, incluindo adornos, mastros, enfeites e cobertura removível para chuva, seja no mínimo 1,5 metro inferior à altura dos fios e equipamentos elétricos. Caso contrário, eles não devem trafegar, uma vez que oferecem risco de choque, colisão com os cabos e consequente derrubada dos postes e equipamentos sobre os foliões.
O levantamento de fios da rede elétrica e de telefonia e TV a cabo para a passagem de trios e carros alegóricos também deve ser inteiramente vedado pelos responsáveis e organizadores. A prática, além de criminosa, causa impacto nos postes, podendo acarretar na queda dessas estruturas ou em curtos-circuitos, além de provocar acidentes graves.
A distância de 1,5 metro de cabos e equipamentos da rede também é válida para palanques para shows que necessitem de escavações próximas à rede subterrânea, além de ser necessário considerar a existência das redes elétricas aéreas durante a montagem e desmontagem de palcos. A fixação das coberturas dessas instalações deve ser feita para evitar o desprendimento e a possível projeção contra a fiação.
As ornamentações de rua e os adornos carnavalescos são outros pontos que exigem cuidado. Os enfeites em vias e praças, como as típicas bandeirolas, faixas e outros adereços, devem ser feitos com materiais isolantes, biodegradáveis e não podem ser afixados próximos à rede elétrica. A simples aproximação de ornamentos com a fiação pode provocar descarga elétrica, como aqueles em que há contato direto com os fios energizados.
A recomendação de cautela também se estende para confetes e serpentinas, tão utilizados nesse período. Esses elementos, metalizados ou não, antes de se dispersarem ao serem jogados, estão concentrados e podem causar curto-circuito nas redes de alta tensão e provocar acidentes. Por precaução, as pessoas não devem atirar nenhum objeto em direção aos cabos, nem mesmo água ou sprays de espuma.
Para garantir um carnaval seguro, o ideal é sempre consultar a Cemig antes de fazer qualquer ligação e no caso de instalação de enfeites e alegorias e tráfego de carros e trios, sempre respeitar a distância de segurança em relação à rede elétrica. Porque com eletricidade, todo o cuidado é pouco.
Demetrio Aguiar é engenheiro de Segurança do Trabalho da Cemig