O estoque nas lojas ainda é grande e a expectativa é de que após o Carnaval, não deverá sobrar muitas opções
14/02/2025 – O ano letivo nas escolas públicas teve início na segunda-feira (10). Esse é o assunto do momento nas rodas de pais e estudantes. Apesar dos pequenos já estarem de volta às salas de aula, muitos pais não foram ainda às compras dos materiais escolares. Alguns vivem a expectativa de os preços baixarem, o que normalmente acontece. A correria do dia a dia também ajudou para que a compra fosse adiada.
O que dizem os pais e alunos
Andreia Silva é mãe de dois, mas tem apenas um em idade escolar. Ela disse que já é costume seu esperar passar a correria para depois buscar os materiais do filho. “No início de ano tem novidades demais e muita gente ansiosa. Eu espero passar essa corrida inicial para aproveitar as liquidações de estoque”.
Mesmo faltando duas semanas para começar o Carnaval, Andreia Silva explica ainda que as aulas só começam efetivamente depois da festa momesca. “Isso é cultural. Até o Carnaval, as salas de aula ficam vazias e os professores não passam matéria nova. Tenho tempo ainda então”.
Aryane Aparecida Santos discorda de Andreia. Entretanto, a antecipação das compras lhe parece mais coerente. “Gosto de trazer minha filha e no início, digamos, da temporada, ela tem a oportunidade de escolher entre mais variedade. Mesmo que os preços caiam depois quando as aulas começam, ao deixar as compras para depois, a gente corre o risco de não conseguir o que procura. “Às vezes, a gente, a criança, o estudante idealiza um produto e quando chega de última hora, fica sem opção”.
Além dos artigos tradicionais da lista de materiais, como é o caso de cadernos, lápis e canetas, as mochilas são os itens que não podem ficar fora da lista e é o que mais pesa no orçamento familiar. “Sem dúvida a bolsa foi o item mais caro. Mas se eu tivesse que buscar fora, ficaria muito mais cara”, avaliou.
Já o casal Carlos Alberto Patrocínio e Rebeca Oliveira disse que também compra a lista sempre no início do ano, antecipando o retorno das aulas. Pais de três, sendo um adolescente, eles acham importante garantir que não falte condições para os filhos fazerem as tarefas pedidas pelos professores sem deixar acumular.
E ainda tem gente que vai esperar o preço baixar o máximo possível. Júlia e Samuel Andrade estão no ensino médio, mas apenas agora começaram a fazer pesquisa de preços. “Lá em casa somos nós mesmos que compramos nossos materiais com o que a gente recebe do programa Menor Aprendiz. O dinheiro é pouco e se a gente quiser que sobre para outras necessidades, diversões, temos que economizar”.
Os lojistas
O comércio local, em contrapartida, mesmo se preparando com antecedência para atender a clientela, já conta com uma corrida dos consumidores de última hora. A Trecos Variedades vem anunciando as novidades em material escolar desde dezembro, mas o aquecimento real das vendas foi vivenciado na semana passada.
Segundo uma promotora de vendas da loja, os produtos com estampa de personagens em alta, praticamente já se esgotaram. Cadernos, plásticos estampados para encapar cadernos foram os primeiros a sair.
“O pessoal deixou para a última hora, o último momento mesmo, para as vésperas da volta às aulas. A gente sentiu falta no início de janeiro, mas depois que chegou fevereiro, bem pertinho na volta às aulas, aí todo mundo correu atrás”, contou.
Ainda segundo a promotora, há estoque para quem deixou para última hora, mas quem procura por itens temáticos no geral, vai ter muita dificuldade de encontrar.
Na loja Unique, os vendedores afirmam que a procura por material começou em dezembro. Para atender a demanda, a loja está buscando repor as prateleiras diariamente. Mas quem tem preferência específica, a orientação é apressar para as compras ou correr o risco de ficar sem. “Tudo que tem o Stitch [personagem da Disney], está acabando rápido”, contou a vendedora Amanda Gonçalves.
O estoque na loja para atender a clientela ainda é grande e a expectativa é de que após o Carnaval, não deverá sobrar muitas opções para quem deixar passar muito tempo.
- Matéria publicada na edição 823 do Folha Popular
