Com 853 metros, Itabiruçu tem capacidade para receber mais de 220 milhões de metros cúbicos de rejeitos conforme a Vale
O projeto de engenharia para retomada da obra de alteamento da barragem Itabiruçu, do Complexo Itabira, está em fase final de desenvolvimento. O cronograma de execução, orçamento e recursos que serão mobilizados para a obra serão definidos com a finalização desses estudos. A informação é da Assessoria de Imprensa da Vale.
Segundo a empresa, a barragem Itabiruçu está dentro dos parâmetros legais de segurança, estando apta à retomada das atividades no local.
A mineradora assegura que tem sua estrutura inspecionada regularmente por equipes técnicas e monitorada permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG). Inclusive, a estrutura possui Declaração de Condição de Estabilidade (DCE).
A estrutura é construída pelo método a jusante, que é considerado o mais seguro, ao contrário dos barramentos de Brumadinho erigidos pelo método a montante e que se rompeu matando mais de 270 pessoas e do Sistema Pontal em obra de descaracterização. Todas as estruturas construídas por esse método a montante estão sendo descaracterizadas.
Em audiência pública, a empresa apresentou o plano de aumentar a altura da barragem, que fica na cota altimétrica de 835 metros e sobe para 850 metros. De acordo com a Vale, Itabiruçu tem capacidade para receber mais de 220 milhões de metros cúbicos de rejeitos. E teve a obra de alteamento iniciada em janeiro de 2019.
Em outubro do mesmo ano, a obra foi suspensa. Durante a paralisação, o local adotou o protocolo de emergência em nível 1, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), que não requer evacuação da população a jusante (em direção à foz). Ao longo desse período, permaneceu válida a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE).
Em fevereiro de 2021, a mineradora anunciou a retirada do nível de emergência da barragem, dando sequência ao plano de produção de minério de ferro.
Segundo a empresa, a retirada do nível de emergência veio após a realização de uma extensa campanha de investigação geotécnica da estrutura, que durou cerca de um ano. Todo o trabalho foi acompanhado pela assessoria técnica do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e ANM.