Vale não tem planos de remover Real Campestre Clube, afirma assessoria

Barragem de Conceição logo acima do Clube Real e vila Conceição

A Vale negou intenção ou qualquer planejamento de evacuar a área onde estão instalados o Real Campestre Clube e o condomínio Vila da Conceição, que também abriga o Clubinho. “Não há planejamento nem discussões na Vale sobre esse assunto”, afirmou a mineradora em resposta a questionamentos sobre um possível remanejamento das instalações do Real.

Apesar da proximidade do clube e do condomínio da barragem de Conceição, a empresa garante que a estrutura não oferece riscos para aquela região.

A estrutura é construída pelo método a jusante, que é considerado o mais seguro, ao contrário dos barramentos de Fundão, em Mariana, e B1, em Brumadinho, que foram construídas pelo método a montante e se romperam.

Modernizado e com cota supervalorizada, para o Real, mudança não é problema para o clube

Depois de ter passado pela experiência de remoção uma vez, o Real Campestre Clube se preparou. O presidente Geraldo Luiz Carneiro afirma que a imposição de uma nova mudança não é problema mais para o clube e seus associados. No Clubinho e no condomínio ninguém também obteve informação de remoção, disseram até que nunca ouviram falar sobre a questão.

“Se a Vale pretende remover isso aqui, vai ter que pagar o valor que hoje é de mercado do clube. O clube está avaliado hoje em R$ 63 milhões. O associado vai ter R$ 60 mil numa cota de R$ 6 mil hoje. É o mercado”, disse o presidente do Real ao ser questionado se havia ouvido falar numa possível intenção da empresa com relação ao clube.

Entretanto, ele afirma não ter sido informado ou mesmo de ter ouvido comentários nesse sentido. “Não tenho ciência dessa vontade da Vale de nos mudar daqui não. Chega, né?, ressaltou.

Construído na década de 1970, o Real Campestre Clube de Itabira teve sua sede transferida para um novo endereço em 2007, a pedido da mineradora Vale. Em troca, a empresa construiu um clube mais moderno, em área consideravelmente superior. Embora a mudança tenha apanhado o associado de surpresa, os lucros podem ter compensado.

Todo o complexo foi montado em espaço de 80 mil metros quadrados. Os investimentos da Vale na construção do novo espaço, segundo divulgado na ocasião, ultrapassaram os R$ 25 milhões.

O Real possui dois campos de futebol oficial, dois ginásios cobertos com três quadras de peteca cada, outras quatro quadras de peteca sem cobertura, uma quadra poliesportiva, um campo de futebol society, três piscinas, sendo uma para adultos e duas infantis, uma quadra de tênis, uma cancha de futebol/ futevôlei de areia.

Tem ainda quatro quiosques para uso dos associados e para aluguel. Um com capacidade para 100 pessoas, totalmente coberto; outro com capacidade também para 100 pessoas, mas sem cobertura; outro com capacidade para 75 pessoas, coberto; e outro para 30 pessoas, acima dos vestiários dos campos. Tem ainda um salão de festas com capacidade para 400 pessoas.

De acordo com o presidente, as cotas tinham valor de R$ 2,7 mil. Recentemente, uma empresa foi contratada para atualizar a avaliação patrimonial. De acordo com o relatório, a modernização do clube elevou o valor patrimonial em cerca de R$ 40 milhões, passando de R$ 27 milhões para R$ 63 milhões. Com isso, as cotas sociais do clube saltaram de R$ 2,7 mil para R$ 6 mil cada. Porém, o presidente adianta que o clube não possui cota em aberto. “Temos hoje 911 associados e nenhuma cota livre”.