Uma denúncia de que a Vale estaria utilizando trabalhadores diretos e terceirizados no apoio ao trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros de busca e resgate de corpos das vítimas em Brumadinho fez com que a juíza da 5ª Vara do Trabalho de Betim, Renata Lopes Vale, realizasse audiência na tarde desta terça-feira (9).
A audiência reuniu representantes da mineradora e de vários sindicatos de categorias de trabalhadores vítimas da tragédia que, em conjunto, ajuizaram ação civil pública contra a empresa.
Até que haja negociação entre as partes para suspender as atividades penosas e insalubres a que estão submetidos os trabalhadores no apoio ao trabalho de busca e resgate de corpos, o advogado do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração de Ferro e Metais Básicos de Brumadinho e Região formalizou proposta emergencial para a Vale que, entre outros pontos, garante a esses trabalhadores as mesmas condições de trabalho dos bombeiros: programa de vacinação, descontaminação, ciclos de descanso e alimentação. A empresa terá cinco dias úteis para se manifestar sobre a proposta.
Durante a audiência, os representantes da Vale concordaram em retirar da chamada “zona quente” os trabalhadores diretos e terceirizados sobreviventes à tragédia. Aqueles que quiserem continuar atuando no trabalho de resgate de vítimas deverão passar ainda por avaliação médica.