A Prefeitura de Itabira teve sua proposta de custeamento da construção da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Tanque aprovada, ontem (13), pelo Conselho de Administração da Vale. A obra está estimada de 30 milhões de dólares (aproximadamente R$ 162.9 milhões na cotação de hoje) e sua execução deve durar dois anos.
O projeto foi proposto pelo Município, ainda em 2019, sob a forma de compensação e ação mitigadora de impactos da atividade mineradora da empresa na cidade. O legado desta ação deve concretizar a solução para o abastecimento de água em Itabira e pode ser encarado como uma vitória da população.
Já as diretrizes que balizam a obra constam em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) definido entre Vale, Prefeitura Municipal, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e Ministério Público de Minas Gerais, através da atuação direta da das doutoras Giuliana Talamoni Fonoff e Andressa de Oliveira Lanchotti.
Com a finalização do projeto, há a perspectiva de abastecimento adequado nos próximos 40 anos. Concluída esta etapa, a mineradora passará a viabilizar a captação de 600 litros por segundo, hoje, ela já contribui com 160 litros / segundo ao anel hidráulico – este é um sistema unificado com seis quilômetros de rede que conecta os sistemas Gatos, Pureza, Três Fontes, Areão e Rio de Peixe. Esse é o maior projeto hídrico já desenhado na cidade.
Para o Saae, a captação a ser feita no Rio Tanque permitirá também atrair novas indústrias e investimentos ao município. É, portanto, divisor de águas para diversificação econômica do município.
O prefeito, Ronaldo Lage Magalhães, já havia anunciado o possível desfecho para o projeto Rio Tanque. Em julho, ele disse durante evento que a discussão com a empresa Vale estava avançada. “Tem pelo menos 30 anos que eu escuto falar da questão da água na nossa cidade. Estamos discutindo com a Vale, que está tendo grande boa vontade, sobre a captação e tratamento da água do rio Tanque”, declarou Ronaldo Magalhães na oportunidade.
O prefeito ressaltou ainda que uma Parceria Público-Privada (PPP) para realizar o projeto foi descartada, pois as tarifas iriam ficar em torno de 25% mais caras. Entretanto, tomou-se outro caminho. “Nós [Município] desistimos da PPP e a Vale deve realizar essa obra”. A Prefeitura Municipal de Itabira comemora mais este passo que coloca a cidade à frente do tempo, preservando os impactos que a questão hídrica pode gerar nas próximas décadas. Além disso, é preciso deixar um registro de agradecimento à atuação do Ministério Público de Minas Gerais / Itabira – órgão que atuou fortemente para a finalização deste acordo com o suporte da empresa Aecom.
O que acontece agora? – Após a assinatura, a Vale terá 90 dias para iniciar o cronograma das obras. Até que o projeto fique pronto, a mineradora se compromete a fornecer 160 l/s de água tratada aos sistemas de Itabira o que já acontece hoje. Com a seguinte distribuição:
1) 100 l/s no anel hidráulico;
2) 40 l/s na Eta Rio de Peixe;
3) 20 l/s na Eta Areão.
Totalizando 160 l/s.
Lembrando que essa operação começou com a disponibilização de quase 30 caminhões pipa de 20.000 l trabalhando 24 horas, a partir do Dia da Água (22 de março).
Saiba mais: A Prefeitura concluiu, no dia 30 de junho, as obras de interligação do anel hidráulico; maior obra de distribuição de água já feito. Segundo relatório do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Itabira, e a interligação da água fornecida pela Vale. Já foram finalizados os testes, limpeza e higienização de toda a extensão da rede. Atualmente, o anel hidráulico trabalha efetivamente com 100 l/s de água tratada.