Aplicação permanece obrigatória e deverá imunizar 23,6 milhões de animais no estado
Começa na próxima terça-feira, 1º de maio, a primeira etapa anual de vacinação contra a febre aftosa em Minas Gerais. Produtores rurais terão até 31 de maio para vacinar bovinos e bubalinos, independentemente da idade. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) é o órgão responsável pela gestão da campanha de vacinação em Minas Gerais e estima que deverão ser vacinados cerca de 23,6 milhões de animais.
A vacinação do rebanho permanece obrigatória e é a principal forma de se prevenir contra a doença. O produtor que não vacinar os animais estará sujeito a multa de 25 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal, o equivalente a R$ 81,25 por cabeça.
O mês de maio traz uma boa notícia para os pecuaristas de todo o país. Naquele mês, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) irá certificar como área livre de aftosa com vacinação os estados do Amapá, Amazonas, Roraima e a parte restante do Pará, últimas regiões que ainda não eram certificadas no país.
Com isso, todo o território brasileiro terá o status de área livre de aftosa com vacinação, o que impulsionará as exportações brasileiras de carne bovina, animais vivos e produtos da bovinocultura em geral.
Minas Gerais possui o segundo maior rebanho nacional de bovinos, com cerca de 23,6 milhões de animais e detém o status de área livre de aftosa com vacinação desde 2008, concedido pela OIE. Em 2017, o estado ocupou o quarto lugar no ranking nacional das exportações de carne bovina com US$ 598 milhões, ou 10% do total nacional.
A China é o principal comprador do produto mineiro, com 41,4% do total das vendas externas. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior exportador mundial de carne bovina, com receita de US$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre deste ano, aumento de 22,9% em relação ao mesmo período de 2017, quando o país alcançou faturamento de US$ 1,3 bilhão, de acordo com dados da Seapa.
O diretor-geral do IMA Marcílio de Sousa Magalhães lembra que a vacinação é fundamental para manter o rebanho sadio e livre de focos da doença. “É fundamental continuar imunizando os rebanhos, principalmente tendo em vista que o Ministério da Agricultura planeja retirar a vacinação até 2021. Para isso, continuamos contando com a parceria dos produtores e das entidades representativas do setor para que todo o rebanho seja vacinado e, com isso, o estado continue livre da doença”.
Cuidados com a vacinação
Para garantir a eficácia da imunização dos animais, o gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Guilherme Costa Negro Dias, explica que são importantes alguns cuidados em todo o processo. “A vacina deve ser adquirida em estabelecimento credenciado para a revenda e conservada em temperatura entre dois e oito graus centígrados do momento da compra até a vacinação dos animais. Para conservar as vacinas os produtores deverão manter a seringa já com as doses para aplicação em caixa de isopor com gelo. Recomenda-se também programar a aplicação para os horários mais frescos do dia”, diz.
Declaração
A declaração de vacinação também é obrigatória e o produtor que não o fizer até o dia 10 de junho poderá receber multa de cinco Ufemgs, o equivalente a R$ 16,25 por cabeça. O IMA estabelece que os produtores rurais proprietários de 150 ou mais bovinos ou bubalinos deverão declarar a vacinação do seu rebanho contra a febre aftosa exclusivamente por meio do site www.ima.mg.gov.br.
A declaração de vacinação do gado para produtores com plantel de até 150 animais ainda poderá ser feita presencialmente no IMA, ou também via internet. Minas Gerais possui 389 mil produtores rurais, sendo que 206 mil destes são pequenos produtores com rebanhos de até 25 animais.
A doença
A febre aftosa é uma doença causada por um vírus, altamente contagiosa e que pode trazer grandes prejuízos econômicos para os produtores, pois afeta o comércio internacional e os impedimentos podem causar grandes prejuízos econômicos, principalmente em países como o Brasil que possuem uma exportação bastante expressiva de produtos pecuários.
A doença é transmitida pela saliva, nas aftas, no leite, no sêmen, na urina e nas fezes dos animais doentes, e também pela água, ar, objetos e ambientes contaminados. O vírus ainda pode permanecer nas roupas e sapatos das pessoas que tiveram qualquer contato com os animais doentes.
O animal doente pode apresentar febre, aftas na boca, lesões nas tetas e entre as unhas. Outros sinais são inquietação, salivação, babeira, dificuldade de mastigar e engolir alimentos e tremores, com queda na produção de carne e leite. A febre aftosa não é considerada uma zoonose, ou seja, não oferece risco de contaminar o homem nem pelo alimento e nem pelo contato com o animal.