Ônibus estão quebrando com frequência. Empresa garante que está no limite tolerável e Prefeitura ignora situação
08/07/2024 – Detentora do monopólio para exploração do transporte público da cidade, a Transportes Vita, ex-Cisne, tem se tornado alvo de reclamações constantes dos usuários. Apesar da injeção de quase R$ 40 milhões recebidos da Prefeitura para aperfeiçoamento do serviço prestado pela concessionária, os passageiros dizem que a empresa não está cumprindo com sua parte no acordo. Eles apontam falta de conforto e sucateamento da frota. Os veículos novos colocados após o subsídio milionário são inclusive alvo de suspeitas, diante da frequência com que os ônibus da Transportes Cisne quebram.
A desconfiança é de que a empresa tenha trazido para Itabira veículos reformados. O resultado são as constantes falhas mecânicas e os transtornos causados aos seus usuários.
Conforme os relatos de passageiros ao Folha Popular, as linhas que atendem os bairros mais afastados da região central, são também as mais prejudicadas. As reclamações se destacam entre moradores dos bairros Fênix e Gabiroba, atendidos pela mesma linha.
Na tarde do último dia 28, a reportagem registrou um flagrante de um ônibus da linha Santa via Fénix (1313), lotado, quebrado por volta das 13h00.
A usuária Decilene Ribeiro, que vai ao bairro constantemente para visitar a mãe, disse que o problema é frequente. Ela conta que já perdeu compromissos importantes em função dos atrasos provocados pelas falhas mecânicas. “Eu já entro nesse ônibus cismada. Às vezes, estou com pressa e a solução é chamar um carro de aplicativo.
Decilene contou que apesar de não morar mais no bairro já esteve com o presidente da Associação de Moradores na Transita para denunciar esse tipo de contratempo. “Quando a comunidade se mobiliza, faz abaixo-assinado, começa a funcionar melhor, mas em pouco tempo volta a dar os mesmos problemas”.
A auxiliar administrativa, Célia Almeida disse que o seu problema é com o ônibus que faz a linha que atende a região do bairro Chapada. Por se tratar de um bairro muito afastada, ele disse que uma falha mecânica no veículo que faz o transporte coletivo compromete muita gente.
Ela explicou que depende do ônibus para chegar ao trabalho e no caso de uma interrupção da viagem, mesmo a empresa fazendo a substituição do veículo, tem dificuldade em explicar para o patrão não cortar seu dia. Para evitar prejuízos maiores, já teve época que Célia Almeida, conforme disse, se aventurou em pedir carona, o que em sua opinião é arriscado.
Falhas mecânicas estão dentro do limite e providências estão sendo tomadas para melhoria do serviço, informa empresa
Questionada a respeito dos transtornos apontados pelos usuários, a empresa enviou uma mensagem à redação do Folha e informou que “não mede esforços para fazer com que o sistema de transporte público em Itabira se torne melhor, no prazo mais rápido possível e dentro dos ritos necessários na administração pública”.
Segundo esclareceu, os problemas mecânicos estão dentro do índice tolerável. Quando qualquer falha, seja mecânica, elétrica ou de sistemas, é detectada, os veículos são imediatamente substituídos.
“Os problemas mecânicos nos ônibus são raros. A empresa segue um plano de manutenção rígido e um cronograma de manutenções preventivas, minimizando a necessidade de reparos corretivos”.
Apesar de a empresa afirmar que mantém todos os veículos em perfeitas condições de uso através de inspeções regulares e um plano de revisão atualizado, promete que vai continuar investindo em melhorias contínuas, mantendo o plano de revisão em dia e estudando cada caso de falha apresentado, para encontrar soluções eficientes que minimizem os transtornos para os clientes.
A reportagem tentou ouvir também a Prefeitura através da Transita, mas o responsável do setor direcionou a demanda para a Assessoria de Comunicação, em cumprimento a regras do governo Marco Antônio Lage (PSB).
Sem conseguir falar diretamente com o assessor de Comunicação, Rodrigo Andrade, a reportagem enviou mensagem ao seu WhatsApp pessoal, com cópia para o email do setor, questionando como a Prefeitura trata esse assunto relacionado a manutenção e como é feita a fiscalização do serviço de transporte público. Se tem uma tolerância para esse tipo de ocorrência e como está a situação.
Até o fechamento desta edição, não foi dado retorno sobre nenhum dos questionamentos.