O crescente endividamento das famílias é um problema que tem preocupado cada vez mais os órgãos de defesa do consumidor. O número de pessoas que comparecem ao Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em busca de ajuda para renegociar seus débitos com bancos aumenta ano a ano. Para se ter uma ideia, esse assunto ocupava o 9º lugar no ranking de reclamações do Procon, subindo para o 3º em 2018. A lista traz a telefonia em primeiro e o chamado “combo” (telefonia, TV por assinatura e internet) em segundo (veja a tabela abaixo).
No ano passado, o Procon Assembleia registrou um total de 6.080 reclamações. Dessas, 1.033 foram contra o serviço de telefonia (fixa e celular) e 726 para o “combo”. O coordenador do Procon, Marcelo Barbosa, destaca que o setor de telecomunicações lidera o ranking há mais de cinco anos. Ele afirma que os órgãos de defesa do consumidor vêm insistindo na necessidade de uma fiscalização mais efetiva por parte dos órgãos governamentais de controle, principalmente no que diz respeito às cobranças indevidas nas contas.
O endividamento é outro desafio que precisa ser enfrentado com toda a seriedade possível. Entre 2017 e 2018, o aumento de reclamações no segmento “empréstimo consignado e pessoal” subiu 15,4%. Segundo Barbosa, isso indica que está havendo um estrangulamento crescente do orçamento familiar, prejudicando a economia como um todo, na medida em que canaliza para o setor financeiro recursos que poderiam ser utilizados em consumo, lazer e formação de uma poupança para emergências, por exemplo. Nesse sentido, é necessária uma revisão criteriosa dos fatores que desestabilizam o orçamento familiar, como os altos juros bancários, as frouxas exigências para contratação de empréstimos e a falta de educação financeira por parte do consumidor, defende o coordenador.
A tabela a seguir apresenta o ranking de reclamações registradas no Procon Assembleia em 2018.