Técnicas de bioengenharia ajudam na recuperação das áreas impactadas pelo rompimento da barragem I, em Brumadinho
As áreas impactadas pelo rompimento da barragem I estão recebendo uma série de ações com o objetivo de promover a recuperação ambiental. Uma dessas ações é a aplicação de técnicas de bioengenharia para recuperar o solo e controlar a erosão, etapa importante para resgatar com efetividade o equilíbrio geomorfológico e ecológico da região e contribuir para a recuperação do rio Paraopeba.
Os trabalhos iniciais envolveram a limpeza de toda a foz do ribeirão Ferro-Carvão, afluente do rio Paraopeba, e a estabilização de suas margens utilizando materiais naturais e biodegradáveis como mantas de fibra de coco e retentores de sedimentos de fibras vegetais. A sub-bacia do ribeirão Ferro Carvão é o trecho de maior impacto em função do rompimento.
Para os demais trechos, a montante da cortina de estacas-prancha próximo à ponte Alberto Flores, estão sendo desenvolvidos estudos específicos, começando com a divisão do curso d’água em trechos com características próprias. Todo o trabalho está em sintonia com as atividades de buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e com a remoção do rejeito de toda a área impactada.
A bioengenharia ajuda na recuperação do solo e no controle a erosão
Revegetação emergencial
Foi iniciada a ação de revegetação no trecho conhecido como Marco Zero com o plantio de mudas de espécies nativas de rápido crescimento que auxiliam na formação de um ambiente florestal inicial. O desenvolvimento destas espécies dará condições ao estabelecimento de outras espécies mais tardias. Isso atrairá a fauna e, consequentemente, aumentará a biodiversidade na região.
Cercamento de APPs
O cercamento das Áreas de Preservação Permanente (APP) da bacia do rio Paraopeba também é uma medida importante para garantir o crescimento da mata ciliar, ou seja, da vegetação presente em espaços próximos a cursos d’água.
Logo após o rompimento, foi iniciado o trabalho de instalação de cercas. Até final de agosto, mais de 500 mil metros ao longo do rio Paraopeba já haviam sido colocados. O objetivo é evitar danos provocados pela pastagem de gado nas áreas do entorno do rio e a degradação ambiental, favorecendo a regeneração florestal e mantendo a integridade das margens ao longo do rio.