Prefeito prometeu encaminhar projeto para estabelecer a tarifa zero, o que não aconteceu e o assunto não faz parte das propostas de governo para o próximo mandato
02/10/2024 – A partir de janeiro de 2025 a passagem de ônibus em Itabira deve voltar ao preço normal. Com isso, o valor poderá disparar. A Transportes Cisne prefere não falar sobre o assunto, ainda.
Mas antes do subsídio repassado pela Prefeitura, a planilha apresentada pela empresa ao Conselho Municipal de Transportes e Trânsito (CMTTI) apontava que o reajuste elevaria a passagem que custava R$ 4, para mais de R$ 9.
O aumento considerado alto demais, indicado na época, era porque o valor que estava sendo praticado já tinha o efeito da intervenção do poder público para manter tarifa mais baixa com compensação dos custos da empresa.
Antes que o preço subisse, a Prefeitura concedeu à concessionária do transporte público o subsídio no valor de quase R$ 40 milhões. Além de barrar o novo reajuste, a tarifa sofreu mais queda. Entretanto, o contrato e o repasse financeiro da Prefeitura para a Cisne vence no dia 30 de dezembro deste ano.
O subsídio milionário para a empresa foi muito criticado pelos vereadores da oposição, que na ocasião previram a falta de condições da Prefeitura manter o pagamento da passagem para a população e apontaram favorecimento da empresa pelo município. Mas o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) prometeu encaminhar projeto de lei à Câmara, estabelecendo um percentual mínimo, que em princípio seria estabelecido em torno de 5% do Orçamento Municipal, para estabelecer a tarifa zero. Entretanto, isso não aconteceu e o prefeito não fala mais na tarifa zero, nem mesmo na campanha eleitoral pela reeleição.
O projeto de Lei garantindo a redução no valor das passagens de ônibus de R$ 4 para R$ 3 foi aprovado pela Câmara Municipal em maio de 2023, após 60 dias de tramitação no Legislativo, autorizando a Prefeitura repassar um subsídio de R$ 39 milhões para a empresa de transporte coletivo até 30 de dezembro de 2024.
Foi a segunda redução seguida na tarifa na cidade. Em setembro de 2022, o valor passou de R$ 4,40 para R$ 4. O Conselho Municipal de Transportes e Trânsito havia aprovado, na época, um reajuste para o valor de R$ 5,85.
Relatório de uma empresa de consultoria contratada pela Secretaria Municipal de Obras, Transportes e Trânsito apontou que seria necessário um reajuste da passagem para mais de R$ 6 neste ano, porém, a Prefeitura alega que com um subsídio de R$ 1,5 milhão por mês, seria possível reduzir o preço e impedir o reajuste.
O projeto de lei também estabelecia obrigações para a concessionária, como fornecer à Prefeitura acesso total aos dados de comercialização de passagens, quantidade de usuários mensais, quilometragem percorrida e das mensagens trocadas no canal de relacionamento direto da empresa com o cidadão. De acordo com a lei aprovada, se as obrigações previstas não fossem cumpridas, o contrato deveria ser rompido e o subsídio deixar de ser pago.
O Folha Popular enviou mensagem à assessoria de Comunicação da prefeitura questionando como vai ficar o preço da passagem com o fim do subsídio.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura não deu retorno. Já a concessionária do serviço de transporte coletivo, enviou mensagem informando que nesse período eleitoral, optou por não comentar o assunto.