Sem subsídio, passagem pode chegar a R$ 6,80 ou paralisação dos serviços

Usuários correm risco de pagar mais caro pela passagem da Cisne

Ainda é dúvida se o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) vai interferir para impedir o reajuste do transporte coletivo de Itabira. Apesar de não ter negado, o governo também não fez nenhum posicionamento oficial indicando intenção de liberar o subsídio reivindicado pela Transportes Cisne. Uma reunião extraordinária do Conselho Municipal de Transportes e Trânsito discutiu na quinta-feira (23) o reajuste. Caso não haja a subvenção da tarifa, o valor deve passar dos atuais R$ 4,20 para R$ 6,80. Contudo, o assunto foi agendado como tema da reunião ordinária do colegiado do próximo dia 13.

Apesar de não ter sido falado, considerando o retorno do crescimento de casos de covid na cidade, há risco até desse valor passar de R$ 10, se o prefeito não liberar uma ajuda para a Transportes Cisne. Essa era a estimativa da concessionária no período em que os protocolos da pandemia fecharam escolas e empresas em Itabira. Com os ônibus vazios e lotação restrita, o gerente-geral da concessionária do transporte público, Eli José de Almeida, já havia dito que uma simulação mostrou que para cobrir os prejuízos da empresa seria necessário aplicar tarifa entre R$ 9 e R$ 10 para cobrir os custos. A retirada dos protocolos, entretanto, reduziu esse resultado. De qualquer jeito, depois de quase três anos sem reajuste, o valor atual precisará ser revisto.

Uma nova onda da Covid-19, que vem fazendo os números crescerem novamente e os hospitais lotarem e obrigando o retorno de alguns dos protocolos, como restrições de acompanhantes em hospitais e obrigatoriedade do uso da máscara em locais fechados, também preocupa e pode impactar no reajuste. O possível subsídio deverá levar em conta a situação do momento.

Já o valor do reajuste proposto nessa última reunião, foi baseado em planilha de custo para manutenção do serviço municipal. O secretário municipal de Transportes e Trânsito, Danilo Alvarenga Freitas, participou do encontro e disse que a Prefeitura este ano contratou a Cidade Viva, empresa especializada em planilhas, para fazer o cálculo e chegar a um valor justo, seja para o usuário ou a concessionária responsável pelo serviço. “Estamos buscando melhor atendimento à população”, justificou o secretário.

A planilha é semelhante à apresentada pela Transportes Cisne. Pela planilha feita pela terceirizada, o valor da tarifa deverá ir para R$ 5,82 para uma frota operacional de 49. Já para uma frota de 61 veículos, o aumento da tarifa seria para R$ 6,80.

Em dezembro, quando os protocolos ainda estavam valendo, obrigando os ônibus a circularem com lotação restrita, a Transportes Cisne entregou uma planilha com o pedido de reajuste para R$ 9,83. Mas o representante da empresa explicou na reunião que o cenário era outro e que no momento atual, os valores não ficariam diferentes dos apresentados pela empresa Cidade Viva. “Foi uma projeção feita quando ainda estávamos operando na pandemia, quando o faturamento caiu drasticamente em consequência das medidas impostas pelos protocolos de segurança contra a covid”.

Atualmente, a empresa atua com uma frota de 54 ônibus, 14 veículos a menos em comparação ao período anterior à pandemia de covid.

Ao ser questionado sobre o subsídio, Danilo Alvarenga foi categórico e admitiu ser uma tendência em todo o país, já que a empresa não pode também trabalhar com prejuízos. Entretanto, a sua definição depende das avaliações de critérios específicos que vão indicar valor, período e condições para a injeção de recursos pela Prefeitura no serviço. Mas ele já avisou que o reajuste não isentará o usuário da tarifa, nem será permanente. A ajuda deverá evitar um aumento e garantir à empresa condições para trabalhar.

A reunião contou ainda com a participação dos vereadores Luciano Gonçalves dos Reis e Rosilene Félix Guimarães.