Dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) revelam que o número de mortes causadas por acidentes elétricos envolvendo a faixa etária de 0 a 15 anos aumentou quase 30% em 2017 em comparação com o ano anterior. Os acidentes fatais saltaram de 72 para 93 no período.
Entre as crianças de até cinco anos, as principais causas dos acidentes estão em casa, onde se espera que elas estejam protegidas. Por isso, é preciso ficar muito atento às tomadas sem proteção, aos fios desencapados, às extensões e às fugas de correntes de aparelhos eletrodomésticos.
Segundo o engenheiro eletricista Demetrio Aguiar, da Cemig, todas essas causas são muito facilmente resolvidas. O especialista recomenda que o consumidor utilize os protetores de tomada em toda a casa, e não sobrecarregue os benjamins. “Além disso, é importante que o cliente instale um dispositivo diferencial residual. Esse dispositivo já é obrigatório pelas normal da ABNT desde 1997. O equipamento protege pessoas e animais contra o choque elétrico. Demetrio Aguiar explica que o dispositivo detecta a fuga de corrente e desliga o circuito imediatamente, evitando o choque. “ Assim, mesmo que a criança coloque o dedo ou introduza algum material na tomada, ela estará protegida”, afirma.
Nas crianças maiores de 5 a 15 anos, os acidentes acontecem ao tentar retirar pipas da rede elétrica, em contatos com cercas elétricas clandestinas, postes, grades e varais energizados, carregador de celular, fios desencapados e cabos partidos na rua.
Para evitar esses tipos de acidente, Demetrio Aguiar recomenda que as crianças nunca tentem resgatar pipas e não utilizem cerol e linha chilena na confecção do brinquedo. “É fundamental que os consumidores contratem profissionais experientes e habilitados para a instalação de equipamentos elétricos como a cerca elétrica”. Demetrio Aguiar ressalta, ainda, que os clientes precisam revisar as instalações elétricas de suas residências no mínimo a cada dez anos, e não podem jamais fazer gambiarras ou gatos. Em caso de fios partidos na rua, a Cemig orienta o cliente a ligar imediatamente para a Cemig no 116 e isolar o local.
Cuidados com aparelhos e brinquedos eletrônicos
Recentemente, as crianças têm procurados novos tipos de entretenimento que podem oferecer risco elétrico, como os DVD e Blu-Ray players, videogames, videokês, celulares e brinquedos com bateria interna recarregável, alerta Demetrio Aguiar.
“Existe uma variedade muito grande de brinquedos e equipamentos que despertam o interesse das crianças, por isso os cuidados devem começar já na hora da escolha do presente, observando a faixa etária indicada, a voltagem do equipamento e outras questões ligadas à segurança”, alerta o especialista.
Assim, o engenheiro orienta para os diversos pontos que devem ser observados na hora de comprar um brinquedo, como o selo do Inmetro, evitando-se as imitações de baixa qualidade, acabamento para evitar choques em geral e manual de instruções com informações detalhadas de segurança.
Por fim, a Cemig reforça a orientação para cuidados que devem ser tomados no dia a dia, quando o assunto é energia elétrica:
· Evitar o uso destes aparelhos durante tempestades;
· Desligá-los ao sair de casa;
· Não recarregar aparelhos em cima de camas e sofás, e próximo a cortinas, toalhas de mesa ou qualquer material combustível;
· Aparelhos que requerem o uso de carregadores elétricos devem ser manuseados pelos pais;
· Verificar se a tensão de entrada dos carregadores é compatível com a da instalação;
· Em caso de defeito, não desmontar o aparelho. Deve-se neste caso procurar a assistência técnica;
· Utilizar o carregador específico de cada aparelho;
· Evitar a ligação de vários aparelhos na mesma tomada, para não gerar sobrecorrente e curto circuito;
· Não ligar os aparelhos em locais sujeitos a alagamento, chuva e umidade (quintais e jardins, banheiros e pias).