Ismael Alves Rodrigues Júnior, dermatologista da Usisaúde, operadora de planos de saúde da Fundação São Francisco Xavier
A estação mais aguardada do ano é também a que exige cuidado redobrado com a pele, maior órgão do corpo humano. É justamente no verão, quando os raios ultravioletas estão mais intensos, que muitos aproveitam para se exporem ao sol, seja em caminhadas, diversão em piscinas, lagoas ou praias. Mas, afinal, o sol faz bem para a saúde? Será que ele é vilão ou mocinho? Quando ele é benéfico e quando é prejudicial à nossa saúde?
Um dos principais benefícios do sol está relacionado à produção de vitamina d, praticamente a única fonte desse nutriente. O sol é o responsável por, mais ou menos, 90% de sua produção. Apenas 10% vêm de alimentos, como peixes de água fria (salmão, por exemplo), leite ou derivados e ovos.
Podemos afirmar que a luz solar tem o poder de melhorar o humor, diminuir a pressão arterial, fortalecer os ossos, músculos e, até mesmo, o sistema imunológico do ser humano. Ou seja, sol é sinônimo de vida, alegria e de bem-estar.
No entanto, a exposição excessiva pode prejudicar a saúde. O excesso está relacionado ao surgimento de câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), todos os anos são diagnosticados cerca de 160 mil casos de câncer de pele no Brasil, sendo o mais frequente no país e no mundo.
Além do tumor de pele, a exposição excessiva ao sol e em horários de irradiações mais intensas está relacionada ao surgimento de manchas e ao envelhecimento cutâneo. Os tipos de manchas derivadas do sol podem ser classificados em manchas escuras, brancas, avermelhadas ou melasma.
As escuras mais frequentes são conhecidas como sardas. Elas costumam acometer o rosto, a região superior das costas e as mãos. As manchas brancas se acumulam ao longo da vida e são do tamanho de uma gota. Elas se dispõem, principalmente, nas costas, nos braços e nas pernas.
Entre as manchas avermelhadas, uma das mais comuns é a poiquilodermia, que, normalmente, acomete a região do colo e na lateral do pescoço. Muitas vezes, a vermelhidão é associada a manchas acastanhadas, que geralmente surgem após os 40 anos.
Dentre as manchas escuras, as mais comuns são os Melasma, de cor acastanhada, que aparecem nas bochechas, principalmente de mulheres. Além da exposição solar, o melasma pode decorrer do envelhecimento da pele, também provocado pelo sol.
Embora seja fonte de vida e de vitamina D, o sol em excesso pode provocar doenças na pele, manchas e queimaduras. Por isso, a importância de se proteger dos raios solares, não somente no verão, mas durante todo o ano e desde cedo. A proteção começa com o planejamento de vida. Assim, as pessoas conseguem evitar manchas, diminuir a velocidade de envelhecimento da pele e, principalmente, prevenir o câncer de pele.
O planejamento inclui não somente o protetor solar, quanto o período de exposição ao sol deve ser até às 10h ou depois das 15h. Desta forma é mais fácil evitar queimaduras solares. Outro item do planejamento é o uso de roupas adequadas com fator de proteção 50, a utilização de chapéus ou bonés e óculos escuros.
Para curtir o sol sem culpa é importante lembrar que, apesar do sol ser fonte de vida, ele também pode trazer eventos nada prazerosos. A dica é tomar sol com moderação e aproveitar o verão com responsabilidade.