Dr. Marcello Fontana (foto), médico infectologista e responsável pelo Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), fala sobre a Covid-19. Um tema importante para que a população possa se informar e se prevenir.
1- Qual a situação na nossa cidade e no Estado quanto a Covid-19?
Até o momento não observamos em Itabira uma explosão de casos de internação. Seja de casos moderados a graves ou casos críticos, que são aqueles que levam o paciente à UTI, que é a síndrome respiratória aguda grave.
O que estamos observando em Minas Gerais é um aumento dos casos, principalmente quanto às formas leves e leves a moderadas, um reflexo da não vacinação e do relaxamento das medidas de isolamento social pós-pandemia.
O Estado informou que está tendo aumento dos casos de Covid-19, que já repercute até nas internações hospitalares. E, apesar de ser um aumento leve, precisamos considerar os casos que evoluem para síndrome respiratória aguda grave, que pode ser potencialmente fatal.
No momento, a grande maioria dos casos em Minas Gerais, reitero, são de formas leves e com tratamento ambulatorial. Mas nunca podemos esquecer do risco de pacientes com formas leves poderem contaminar as populações de risco para formas graves da Covid.
Dessa forma, mais do que nunca vemos a importância de toda a população completar seu esquema vacinal para Covid nos postos de saúde.
2- A vacinação continua sendo um mecanismo importante de defesa contra a Covid-19? O senhor recomenda?
Sim. A vacinação para mim é o que permitiu a situação que nós estamos vivendo hoje, de controle da doença.
A vacina bivalente, versão mais atualizada do combate à Covid-19, está indicada para todas as pessoas acima de 18 anos de idade, na forma de reforço. Ela deve ser aplicada a partir de 4 meses da última dose do esquema inicial de vacinação. A vacina bivalente garante maior proteção para variante ômicron da Covid, que fez muitos estragos no último ano.
Sugiro que as pessoas peguem o seu cartão, seu documento de identidade e se dirijam ao posto de saúde onde será verificado e atualizado o calendário de vacina para a Covid.
3- Vamos relembrar os sintomas da Covid-19?
Temos desde uma síndrome gripal, que é aquele paciente que vai ter tosse, coriza, dor de garganta, febre, dor de cabeça, dor no corpo, nariz entupido e um leve cansaço até formas graves, onde o paciente tem queda do nível de oxigenação do corpo e necessidade de internação em UTI.
4- Ainda é necessário o isolamento do paciente com Covid-19?
Nós temos que entender que a Covid pode ser transmitida pelo contato, a exemplo do uso comum de talheres e copos; levando a mão aos olhos, ao nariz ou à boca; ou pelo contato com superfícies que contenham o vírus.
Também pode ser transmitida por gotículas, ao espirrar, principalmente a um metro ou menos da pessoa que não está doente. Uma última forma de transmissão seria por aerossóis, que são minúsculas partículas em suspensão no ar, que podem se propagar por mais de um metro de distância.
O tempo de isolamento continua sendo no mínimo de sete dias, a contar do início dos sintomas. Este período de isolamento poderá ser maior conforme a condição clínica do paciente e conforme avaliação final do profissional médico.
Previna-se, se você ainda não tomou a dose de reforço, vá ao posto de saúde, atualize seu calendário vacinal. Se estiver com sintomas, procure o médico.