No dia 13 de março de 2020 o Hospital Carlos Chagas recebia a primeira vítima da doença; hoje já são 10.310 casos confirmados em Itabira
Neste sábado, dia 13 de março, Itabira completa um ano após receber no Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC), a primeira suspeita e posteriormente vítima da gripe que avançava pela Ásia, Europa e grandes metrópoles brasileiras, o Sars-CoV-2, causador da Covid-19, chamado de “novo” coronavírus. A vítima foi uma itabirana, com 29 anos, que não desenvolveu a doença para estágios mais graves e recebeu alta em poucos dias.
Após estes 365 dias, o vírus, que seria apenas uma gripe passageira, atinge a fase mais crítica, provocando o colapso dos sistemas de saúde em toda a região, que não dispõem mais de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes que precisam de respiração mecânica.
Em Itabira, cidade referência em saúde para 24 cidades da microrregião, a situação não é diferente.
Os dois hospitais, Carlos Chagas e Nossa Senhora das Dores (HNSD), já não recebem mais pacientes da Covid-19 de outras cidades por ter atingido 100% de ocupações das UTIs. Os leitos de enfermaria também estão próximos de colapsar.
Para frear a curva da Covid em nível regional, que impacta diretamente os hospitais de Itabira, prefeitos de parte destas cidades se reuniram no dia 25 de fevereiro na Associação dos Municípios do Médio Piracicaba (Amepe), em João Monlevade, e criaram o Comitê Regional de Combate ao Covid-19, com propósito de discutir ações de enfrentamento da doença com decisões conjuntas.
Na primeira semana de março, com a escalada dos registros de infectados, mortes e ocupação máxima nos hospitais, os prefeitos se reuniram remotamente e decidiram adotar a onda roxa do plano Minas Consciente, publicando, entre os dias 8 e 11 de março, decretos com regras mais duras como fechamento do comércio não essencial, multas pesadas e toque de recolher, das 20h às 5h.
Nestes primeiros dias do novo decreto, os resultados ainda são tímidos frente aos números, que não param de subir. Na segunda-feira, quando começou a vigorar a onda roxa em Itabira, 9.575 pessoas haviam contraído o vírus. Neste sábado, 13, o boletim fechou com 10.310 pessoas infectadas, 735 a mais, novo recorde em cinco dias. O número de recuperados estava em 8.816 e subiu para 9.166, total de 350 pessoas livres da doença nos últimos cinco dias.
365 dias de ganhos e perdas
Se o dia 13 para alguns lembra negativismo, para muitos outros pode ser considerado positivo. Nestes 12 meses de circulação do novo coronavírus em Itabira, 10.310 pessoas contraíram o vírus e 9.166 se recuperam, ou 89% dos infectados, e o mais importante, em casa e de forma assintomática, ou seja, sem sintomas graves.
Em se tratando de óbitos confirmados, foram 93 em um ano, média de oito por mês. Um número lastimável, mas que desperta dúvida devido os cartórios terem reduzido drasticamente registros de mortes mais corriqueiras, como as cerebrovasculares, cânceres, diabetes, hipertensões, pneumonias.
Ainda, conforme o boletim deste sábado (13), 73 pessoas seguem hospitalizadas em Itabira e três em outras cidades. A taxa de ocupação entre SUS e convênios na UTI é de 100% e enfermaria de 85%.