FOTO: Itabira deve registrar baixo movimento pelas ruas, como em dia de domingo
Bares, academias, clubes e igrejas começam a decretar paralisação das atividades até 31 de março. Centro da cidade começa a ficar vazio e não se vê mais idosos em instituições bancárias ou em ônibus
Conforme levantamento publicado pelo Folha de São Paulo desta quarta-feira (18), vinte dias após o primeiro paciente receber o diagnóstico de Covid-19 no Brasil, o país contabiliza 291 casos confirmados da doença causada pelo novo coronavírus.
O alerta vem com a comparação de que, no 20º dia após seus primeiros casos, Itália e Espanha tinham, respectivamente, 3 e 2 diagnósticos confirmados.
O salto da Itália foi rápido a partir do vigésimo dia — supõe-se que em grande parte devido a falhas em um hospital de Milão. Em 23 dias já eram 155 casos e três mortes; entre o 29º e o 30º dias, a epidemia explodiu e foram registrados mais de mil casos e 29 mortes. Hoje já há mais de 31 mil pessoas com Covid-19 no país de cerca de 60 milhões de habitantes.
Já a Espanha, com aproximadamente 47 milhões de pessoas, tem mais de 11 mil infecções confirmadas.
O número absoluto de casos faz bastante diferença em uma epidemia como a do coronavírus. Como o seu crescimento é exponencial, uma quantidade maior no dia 20 indica que o total tenderá a ser ainda maior passados mais alguns dias. Como consequência, também há uma tendência de mais casos graves e mais mortes.
Os históricos em relação a evolução da doença na Italia e Espanha servem de alerta para o Brasil.
Em se tratando de Itabira, dos cinco casos suspeitos, um foi descartado e dois preocupam agentes de saúde devido a gravidade. Este estado de alerta, força donos de bares, restaurante, academias, líderes religiosos e gestores de clubes a baixarem as portas pelos próximos 12 dias (até 31 de março), tempo estimado para o diagnóstico dos primeiros casos reais da doença, com potencial de se multiplicar dia após dia.
Outro fato que merece atenção diz respeito ao número pequeno de aparelhos respiratórios em Itabira e na microrregião, usado para reabilitar pacientes diagnosticados com o nível avançado do coronavírus, que causa insuficiência respiratória aguda, provocando paralisação dos pulmões.
Em nível público, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), devido a extrema necessidade de evitar aglomerações e de priorização dos atendimentos essenciais pelos profissionais de saúde à população, tais como os casos suspeitos de coronavírus, pacientes com doenças crônicas, de grupos de risco, acamados e gestantes, informa que a partir de agora, por tempo não indeterminado, vários serviços serão adequados e reduzidos, principalmente, as cirurgias, consultas, exames e procedimentos eletivos, realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), por tempo indeterminado.
A equipe da SMS já iniciou o contato com esses pacientes, via telefone, para comunicar o adiamento. É importante ressaltar que, tão logo a situação seja normalizada, as cirurgias e os procedimentos e exames serão remarcados com prioridade e comunicado a todos.
Também foram interrompidas todas as atividades em grupo, como por exemplo, aquelas realizadas pelas equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS), como Lian Gong e atividades físicas; oficinas oferecidas pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps), e demais atividades coletivas com aglomeração de pessoas, como as ocorridas no centro de convivência. No entanto, seguem as atividades com os grupos de tabagismo que já iniciaram o tratamento.
A medida torna-se necessária considerando o Decreto Municipal nº 3.164/2020, que declara situação de emergência em saúde pública na cidade em razão da pandemia do novo coronavírus. A SMS reafirma que mantém, com horário e fluxo normal de atendimento, os serviços de urgência e emergência: Pronto Socorro Odontológico (PSO); Pronto Socorro Municipal de Itabira (PSMI); Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu); e os atendimentos hospitalares essenciais do Hospital Municipal Carlos Chagas e Hospital Nossa Senhora das Dores, incluindo oncologia e hemodiálise.
Portanto, as unidades de saúde devem ser procuradas preferencialmente em caso de febre maior ou igual a 37.8º associada à tosse ou dificuldade respiratória ou dor de garganta. Os pacientes com sintomas mais simples, iguais ao resfriado comum, devem permanecer em casa. Para sanar dúvidas, o usuário pode ligar nos telefones 3839-2685 / 3839-2784 / 3839-2666.