‘Hospital de campanha não é a melhor opção’, diz Secretaria

Hospitais Carlos Chagas e Nossa Senhora das Dores

O hospital de campanha, que teria sido desativado em Itabira em dezembro de 2020, é traduzido de maneira diferente pela Prefeitura, conforme respostas da Secretaria Municipal de Saúde, enviadas ao Folha Popular na quinta-feira (8).

O tema ganhou contornos políticos na cidade com debates inflamados em redes sociais. Veja interpretação da Prefeitura e também respostas dadas a outras questões envolvendo a pandemia da Covid-19.

O que dizer em relação ao hospital de campanha?
A pandemia nos ensinou, após completar um ano, que a decisão de construir estruturas não sustentáveis não parece ser a melhor opção. Sabe-se hoje que é muito mais importante investir em unidades hospitalares existentes, realizando a ampliação de leitos que podem ser desativados e reativados, conforme a necessidade do momento.
Nesse sentido, Itabira vem realizando junto ao Hospital Nossa Senhora das Dores e Hospital Municipal Carlos Chagas, estudos para aumento e/ou adequação de leitos de enfermaria e UTI-Covid.

Qual a estrutura dos hospitais em relação a leitos?
O município conta hoje com 22 leitos UTI/SUS Covid no Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC) e seis leitos UTI/SUS Covid no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD). Em relação aos leitos clínicos Covid, existiam (até 22 de março) 38 leitos SUS/Covid no HMCC e 17 leitos SUS/Covid no HNSD. No final de março foram criados 28 leitos de clínica Covid no HMCC.

Quais as dificuldades para abrir novos leitos?
O maior problema para abertura de novos leitos é principalmente a dificuldade de manutenção e contratação de pessoal, especificamente de enfermeiros e técnicos de enfermagem. Neste momento, o Município e a Vale trabalham para expandir 20 leitos UTI Covid no HNSD.

Em relação ao Alô Doutor, exclusivo para Covid?
Em relação ao tele-atendimento Alô Doutor, o mesmo é realizado exclusivamente por duas médicas, servidoras efetivas da Secretaria Municipal de Saúde, dra. Geovana Gomes e dra. Ticciana Magalhães. A média atual é de 80 atendimentos/dia, de notificações e orientações.

Como são tratados os pacientes com sintomas mesmo após o isolamento?
Os pacientes que após isolamento continuam apresentando sintomas gripais são reavaliados pelo médico da equipe, que orienta, se necessário, mais dias de isolamento, sempre seguindo protocolos nacionais, os quais não orientam realização de 2º teste.

Os medicamentos prescritos por médicos são encontrados na rede pública?
No período da pandemia, dentre os medicamentos disponíveis nas farmácias municipais, os mais prescritos até o momento foram:
· Azitromicina 500mg (único medicamento em falta, aumento de 375% no consumo, previsão de chegada para 2ª quinzena de abril).
· Acetilcisteína 600mg
· Amoxicilina + Clavulanato 500+125mg (opção para período de falta da azitromicina)
· Dexametasona 4mg
· Dipirona 500mg
· Ibuprofeno 600mg
· Ivermectina 6mg
· Loratadina 10mg
· Paracetamol 500mg
· Prednisona 20mg
· Salbutamol 100mcg
Outros frequentemente prescritos, mas que não estão disponíveis na rede são: Hidroxicloroquina, Zinco 20mg e Colecalciferol comprimido, em diversas doses (7000UI, 50000UI).
A hidroxicloroquina, medicamento de uso controverso, pode ter sua prescrição alterada para Cloroquina, em estoque.

Matéria publicada na edição 731 do Folha Popular.