Higienização é aposta para frear avanço do coronavírus

Limpeza de objetos e da casa, além de cuidados com pessoas já infectadas, ajudam a conter transmissão da doença

À medida que avança no Brasil a quantidade de casos de Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus, mais pessoas têm se convencido de que evitar o contato social é a medida mais eficaz para conter a pandemia. Nesta e nas próximas semanas, está previsto um pico no número de infectados, ou seja, a tendência é que o vírus circule ainda mais, o que aumenta a necessidade de isolamento.

Entretanto, em alguns momentos é inevitável sair de casa, por exemplo para ir ao supermercado ou à farmácia. Nessas situações, medidas reforçadas de higiene precisam ser adotadas. Ao chegar, além de lavar as mãos com água e sabão por 20 segundos, é recomendável higienizar superfícies tocadas, embalagens e objetos pessoais, como celular e chaves, com álcool em gel ou água sanitária (hipoclorito de sódio).

O gerente médico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Ronaldo Tibúrcio Pereira Ribeiro, que tem acompanhado a evolução da pandemia, dá algumas orientações extras. Ele recomenda àqueles que tiverem de sair de casa o uso de roupas que protejam o corpo, como calças e blusas de manga comprida. Também é importante levar um frasco de álcool em gel para higienizar as mãos. Ao voltar, é preciso tirar os sapatos, colocar a roupa para lavar e tomar banho.

Durante o período de isolamento social, ele aconselha que prestadores de serviços, inclusive os que fazem entrega, sejam atendidos foram do espaço doméstico e em situações estritamente necessárias, obedecendo a distância de um metro para interações. Embalagens e máquinas entregues ou utilizadas por eles devem ser higienizadas com álcool 70% ou água sanitária.

Protocolo de convívio com infectados – O médico da Assembleia esclarece que, no convívio com uma pessoa infectada, continua valendo a recomendação de manter a distância mínima necessária. O paciente deve ficar em cômodo separado do restante da família, usar banheiro exclusivo – se possível – e a circulação na residência deve ser limitada a circunstâncias estritamente necessárias.

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Para minimizar o contato com os demais moradores da casa, o paciente deve priorizar a comunicação por meio do celular ou outro meio tecnológico. Se ele precisar acessar outros cômodos, é recomendável o uso de máscara e a correta higiene das mãos com água e sabão.

A limpeza da casa precisa ser reforçada. A água sanitária é recomendável. Para usar o produto corretamente, é preciso verificar a concentração para sua diluição, que pode variar de acordo com o fabricante, conforme instruções no rótulo. Superfícies de contato frequente, como maçanetas, mesas, interruptores, torneiras, vasos sanitários e teclados devem ser diariamente higienizados. “O responsável pela limpeza deve usar máscara e luvas para evitar a contaminação”, acrescenta Ronaldo Tibúrcio.

Louças e utensílios devem ser lavados com água quente e sabão. Roupas e toalhas usadas pelo paciente precisam ser higienizadas separadamente com o sabão habitual. Já os resíduos do infectado também precisam ser depositados em saco plástico fechado. Após o manuseio desses resíduos, o médico recomenda a higiene pessoal completa de quem se encarregou dessa tarefa.

Quando procurar atendimento de urgência

Ronaldo Tibúrcio destaca que pessoas com suspeita de estarem infectadas pelo coronavírus devem ser mantidas em isolamento e observação inicialmente domiciliar. O monitoramento do padrão respiratório é fundamental: narinas abertas e esforço para respirar podem significar sinais de alerta.

Nos casos em que não há gravidade, a procura por atendimento hospitalar deve ser evitada. “A grande maioria dos pacientes apresentará sintomas leves sugestivos de um quadro gripal. Naqueles casos em que houver uma piora do quadro com febre persistente e dificuldade para respirar, é preciso procurar um pronto atendimento”, recomenda.

A população mais idosa e com problemas de saúde como diabetes, pressão alta, cardiopatias, bronquite, asma e doenças com imunossupressão é mais vulnerável a complicações.

Gestantes, lactentes e crianças menores de 2 anos também merecem atenção especial. “Nesses casos, o protocolo é o mesmo: observar em casa e só procurar atendimento no pronto atendimento quando o quadro respiratório apresentar sinais de alerta, assim como persistência do quadro febril e queda do estado geral”, afirma.