Itabira, campeã estadual de mortes por dengue, terá ajuda federal par implantar metodologia
15/08/2024 – A partir do próximo setembro, Itabira contará com um Sistema de Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue), programa criado em uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a empresa Ecovec. O objetivo é acompanhar, em tempo real, os mosquitos Aedes aegypti – especialmente as fêmeas grávidas – permitindo que medidas eficazes de prevenção e controle do vetor sejam adotadas.
O sistema de monitoramento conta com a instalação de armadilhas para a captura do vetor. A partir daí, é possível detectar o vírus do mosquito e antecipar o resultado da circulação viral, ou seja, o nível de infestação, além de conferir a incidência dos quatro sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), zica, chikungunya e febre amarela. Em Itabira, serão implantadas cerca de 320 armadilhas.
O investimento no MI-Dengue é de R$ 286 mil. O recurso é proveniente da Portaria nº 3.214/2024, que autoriza o Governo Federal o repasse financeiro emergencial de custeio de resposta a emergências em saúde pública da Vigilância em Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com as diretrizes de utilização do sistema, um grupo indicado pela Secretaria Municipal de Saúde passará por um treinamento no fim deste mês, já que os Agentes de Combate a Endemias são os responsáveis por coletar e enviar as amostras. A partir da primeira semana da implantação das armadilhas, serão geradas informações em tempo real para elaborar estratégias de combate às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Outras informações
Os produtos utilizados nas armadilhas – o MosquiTRAP e o AtrAedes – foram desenvolvidos por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. O MosquiTRAP é um simulacro de vaso preto, com água ao fundo, simulando o criadouro do Aedes. O AtrAedes (fabricado em forma de pastilhas) é depositado no equipamento e libera um odor que atrai a fêmea adulta do mosquito. Ao entrar na armadilha, o inseto fica preso a um cartão adesivo e não consegue depositar os ovos. Por meio da análise do cartão, é possível detectar a concentração do mosquito na região onde a armadilha foi instalada.
A tecnologia utilizada pelo MI-Dengue está sendo aplicada em várias cidades do Brasil e também já foram testadas e exportadas para países como a Alemanha, Austrália, Cingapura e Panamá.
Sobre a Ecovec
A Ecovec é uma empresa que utiliza da biotecnologia e sistemas de atuação pioneira na aplicação de tecnologia para auxiliar gestores públicos na tomada de decisão e gestão dos municípios. Criada na UFMG a partir do Fundo FINEP Verde Amarelo para cooperação universitária-empresa, utiliza da biotecnologia para auxiliar gestores públicos na tomada de decisão e gestão dos municípios.
As tecnologias da Ecovec são desenhadas para aplicação na saúde pública brasileira, estimulando a pesquisa na universidade e desenvolvendo suas aplicações em serviços para a população. A empresa especializou-se na pesquisa e desenvolvimento de serviços de inteligência para monitoramento de vetores e gestão em saúde, com foco na dengue.