Município ostenta com shows uma das maiores arrecadações de Minas e tem dificuldade em reduzir a fila de espera por exames e cirurgias
06/08/2024 – Lídia Mara Batista, mãe de um menino de 11 anos, esteve na reunião de Comissões Permanentes da Câmara Municipal de Itabira e fez um apelo por ajuda para uma cirurgia e um aparelho auditivo para o filho. Segundo ela, o garoto nasceu sem as orelhas. Além de uma cirurgia para implante do órgão, ele precisa de um aparelho auditivo.
Apesar de ser um problema de má formação, Lídia Batista contou que foi depois que o garoto entrou na escola, há cerca de quatro anos, que começou a cobrar um procedimento para melhorar a condição do filho. Ele poder ouvir, mas não tem a habilidade de distinguir os sons. O problema está afetando o rendimento do garoto na escola, além de ter se tornado ele alvo de bullying entre os colegas.
“Meu filho não escuta direito, mas o problema é que ele chegou à idade escolar e precisa do aparelho para conseguir acompanhar as aulas e da cirurgia até mesmo para sua inclusão,” apelou a mãe explicando que não tem recursos para arcar com as despesas.
A mulher que deu o seu depoimento chorando, foi apenas uma das pessoas que atendeu a convocação feita pelo vereador Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (Republicanos) para que as pessoas que estão aguardando na fila que ele denominou de fila da morte, pela demora no atendimento a consultas especializadas, exames ou cirurgia na rede pública municipal de saúde.
Além dela, outras cinco pessoas participaram da reunião de comissões na expectativa de conseguir sensibilizar o governo municipal para suas demandas, mais a outras que fizeram contato pelo WhatsApp.
Vetão disse que já levantou, somente com as denúncias recebidas em seu gabinete, uma lista com pelo menos 30 pessoas aguardando por procedimentos médicos da saúde pública do município sem uma data prevista de atendimento. A convocação dessas pessoas, foi mais uma tentativa do vereador de conhecer as pessoas que estão aguardando sem uma previsão de prazo, pelos procedimentos médicos, uma vez que a Secretaria de saúde continua ignorando os seus ofícios.
“Recebi pessoas que vieram do Candidópolis, Clóvis Alvim, Gabiroba. Recebi muitas reclamações nas minhas redes sociais de pessoas que estão reclamando, questionando a questão da saúde”.
“O que a gente espera é que a saúde nos envie essa lista que eu tenho chamado de a lista morte, pra gente conseguir que o judiciário nos ajude a cobrar mutirões e ações específicas para diminuir essa situação. Nós vemos aqui um senhor que tem quatro anos que está esperando um procedimento no coração. A outra senhora já tem oito meses que ela entregou um pedido de extrema urgência. O marido dela faleceu com o mesmo problema. Quer dizer uma situação gritante que a gente sempre fala que não é um discurso eleitoreiro não. Que a gente está questionando. Realmente é porque a saúde não está no jeito”, enfatizou o vereador.
Ele disse que vai esperar mais um pouco para que o Ministério Público faça cumprir a lei, obrigando a Prefeitura a apresentar a lista com os nomes, tempo e procedimentos para serem feitos para que sejam cobradas implementação de medidas para solucionar o problema, como a realização de mutirões ou convênios.
Se isso não ocorrer, o vereador disse que recorrerá ao judiciário com um mandado de segurança em nome da lei da transparência e acesso à informação.