Causa animal: Itabira vai castrar 1.250 animais até o meio do ano

FOTO: Robson Souza e Neidson Freitas: “para este ano, o objetivo é esterilizar mais 800 animais”

Uma força-tarefa que começou no ano passado prevê castrar até meados de 2020 um total de 1.250 cães e gatos em Itabira. O trabalho se intensificou após aprovação, na Câmara Municipal, de um projeto de lei do vereador Neidson Dias Freitas que estabelece critérios efetivos de controle populacional de cães e gatos. Desde então, por meio de uma parceria da Prefeitura com o Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Médio Piracicaba (Consmepi), as castrações vêm sendo realizadas periodicamente em uma clínica montada dentro de uma van, o castramóvel.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Robson Costa de Souza, em 2019 foram castrados 450 animais. Para este ano, o objetivo é esterilizar mais 800, até junho. “Tudo dando certo, a gente vai continuar esse projeto porque é uma coisa boa para a saúde pública. Vamos rodar também os bairros para castrar os semidomiciliados, que são aqueles cachorros que ficam durante o dia na rua, mas dormem e comem em casa”, diz o secretário.

Método efetivo
Para Neidson Freitas, a única maneira de interromper o crescimento desordenado de cães e gatos é a castração. Dados de ONGs que defendem a causa animal estimam que um único casal de cachorros pode dar origem, num intervalo de cinco anos, a 12.680 descendentes. Em Itabira, estima-se que haja em torno de 24 mil animais – a maioria em situação de rua.

“Este é um grande passo, o Município acreditar que deve investir nesse tipo de ação. Mas tem muito ainda por fazer. Sabemos que há milhares de cães que precisam ser esterilizados para que possamos ter o controle populacional em Itabira. Estamos trabalhando para buscar mais recursos”, afirmou o vereador.
Neidson Freitas disse também que pretende visitar o município de Conselheiro Lafaiete para conhecer o centro de zoonoses, referência no estado. “Pretendemos evoluir em Itabira para um centro de zoonoses especializado, com todo o tipo de atendimento, em que essas castrações passem a ser diárias, permanentemente”, afirmou.

Fila ainda é grande
Mesmo com todo o esforço, de acordo com a diretora do Controle de Zoonoses de Itabira, Kelley Generoso, ainda há cerca de 2 mil animais na fila de castração. Como a demanda é grande para a quantidade de vagas, a partir das inscrições é feita uma triagem criteriosa para identificar as prioridades. Os animais de rua e em situação de vulnerabilidade têm prioridade.


Kelley Generoso, diretora do Controle de Zoonoses de Itabira, conta que ainda há cerca de 2 mil animais na fila de castração

“É muito importante as pessoas saberem que o animal que vai ser castrado passa por uma cirurgia como a que a gente faz. Então precisa estar agendado, de acordo com o perfil, a quantidade. Tem um preparo pré-operatório, avaliação clínica”, explica Kelley, que também é voluntária da Ampari, a associação que cuida de cães e gatos em Itabira.
Para esta força-tarefa que começou no ano passado e termina em junho, o Município conseguiu um recurso do Fundo Especial de Gestão Ambiental (Fega) no valor de R$ 300 mil. Mas devido à demanda, tanto Neidson Freitas quanto Robson Souza afirmaram que o objetivo é buscar novos recursos para continuar os mutirões de castração a fim de acabar com animais abandonados – um problema que também é de saúde pública.

MATÉRIA PUBLICADA NA EDIÇÃO 703 (13/2/2020) DO FOLHA POPULAR