Calor, umidade e negligência apontam para nova explosão de dengue em 2025

Ao lado da secretária municipal de Saúde de Itabira, Fabiana Machado, o diretor da GRS, Maurício Marques, lembra que o maior problema da dengue ainda é relacionado ao comportamento das pessoas

1/02/2025 – O registro de dois óbitos por complicações da dengue neste primeiro mês do ano em Minas Gerais acendeu o alerta para o risco de nova epidemia da doença no estado. Há ainda outros seis óbitos em investigação, totalizando 12.485 casos suspeitos da doença apenas em janeiro e 3.810 confirmados. As informações foram divulgadas na segunda-feira (27).

Embora apareça no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) com apenas um caso registrado da doença, Itabira não está imune ao risco.

“Uma nova explosão da doença deverá acontecer em dois ou três meses”, previu o diretor da Gerência Regional de Saúde de Itabira, Maurício Geraldo Marques.

A afirmativa foi feita com base nas condições climáticas e hábitos da população. Maurício Marques ressaltou que o maior problema da dengue ainda é relacionado ao comportamento das pessoas. “Não temos como controlar essa questão”, disse, apontando para as inúmeras campanhas de conscientização realizadas através dos anos para conscientizar quanto aos cuidados necessários de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

As medidas já foram amplamente divulgadas, ensinadas. Entretanto, todo ano o problema se repete. O resultado é a concentração de focos do mosquito nos domicílios.

O gestor da unidade de saúde regional alerta para a necessidade de esforço conjunto entre serviço público e população para a diminuição da propagação do vírus.

“Se as pessoas não se conscientizarem, não tem como diminuir os focos da doença. É fundamental que as medidas de prevenção tomadas pelo serviço público sejam aliadas à mobilização e participação das pessoas”, disse.

Maurício Marques lembrou que a melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando águas armazenadas que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, poça de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

Tem também a vacina contra a dengue. Mas ela está escassa e a maioria dos municípios não receberam o imunizante ou estão recebendo em quantidade reduzida.