Profissionais de saúde apresentaram números e ações aos vereadores
Conforme a Prefeitura, foram destinados cerca de R$ 7,5 milhões
para ações de enfrentamento à Covid-19
Na quinta-feira, 19 de março, São Gonçalo do Rio Abaixo anunciava a criação do Comitê de Enfrentamento à Covid-19. O objetivo era dar início ao acompanhamento da evolução do quadro epidemiológico do novo coronavírus na cidade, além de adotar e fixar medidas de saúde pública necessárias para a prevenção e o controle do contágio e o tratamento das pessoas afetadas.
Na quarta-feira (19), cinco meses depois, a equipe da Secretaria Municipal de Saúde, atendendo convocação da Câmara de Vereadores, foi ao Legislativo às 9h prestar contas.
Além dos vereadores Flávio Silva Oliveira (presidente da Câmara), Felipe Silveira da Cunha, Luiz Gonzaga Fonseca, Maria de Lourdes Guedes Barros e Renata Maria Guzzo Fonseca, participaram do encontro a secretária municipal de Saúde, Aliete Ana Dias Vespasiano; o diretor técnico do Pronto Atendimento (PA) de São Gonçalo, médico Marcos Vinícius Bicalho; a coordenadora do PA, enfermeira Ana Carolina, além de outros profissionais de saúde e moradores.
No encontro, foram apresentadas por meio de um datashow as principais ações em relação à Covid-19 no Município. Os convidados falaram também da rotina dos profissionais de saúde, formas de atendimento e cursos para capacitação de todos envolvidos, além de números de testes realizados e de pessoas infectadas e recuperadas.
Sobre compras, os destaques foram os mil testes rápidos da Covid adquiridos em abril e mais dois mil licitados recentemente, compra de equipamentos de proteção individual (EPIs), contratações via o Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro Leste (Ciscel) e montagem de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Em relação a equipe de profissionais, o setor conta com cinco médicos, três no período diurno e dois no noturno, além de enfermeiros, técnicos e auxiliares. A pandemia também forçou a contratação de monitores para aferir temperatura das pessoas e fazer trabalhos de conscientização nas barreiras montadas nos dois principais acessos ao município.
“São Gonçalo, conforme determina o Ministério da Saúde, mesmo contando com 10 respiradores, não pode tratar pessoas infectadas pela Covid-19, podemos apenas atender e diagnosticar as pessoas. O protocolo é acompanhar os assintomáticos e as pessoas que apresentarem os sintomas graves devem ser transportadas para unidades credenciadas, neste caso para os hospitais de Itabira, por meio do Núcleo Itabirano de Regulação (NIR), que tem nos atendido de forma espetacular”, disse o diretor técnico do PA de São Gonçalo, médico Marcos Bicalho.
Por fim, antes de iniciar as perguntas, os profissionais pediram ajuda dos vereadores para conscientizar as pessoas em relação ao uso de máscara, ao distanciamento social, e se puder, que fiquem em casa.
Flexibilização
São Gonçalo aderiu, na terça-feira (18), ao Minas Consciente, programa da Secretaria de Estado da Saúde (SES) que busca flexibilizar o acolhimento de clientes em comércios não essenciais, como bares e restaurantes, por meio de ondas, verde “liberado, amarelo “com restrições” e vermelha “fechado”. São Gonçalo, como na microrregião, está classificada na onda amarela, que permite abertura de setores não essenciais, respeitando medidas. Entre elas o distanciamento entre mesas em bares e restaurantes, redução de número de ocupantes, medidas de higienização e horário de funcionamento.
Os vereadores criticaram a reabertura do comércio devido à falta de fiscalização, principalmente na zona rural. Outro agravante seria que a flexibilização derruba o trabalho desenvolvido pelos profissionais da saúde, principalmente em relação à quebra do distanciamento, principal meio de contágio.
O presidente da Câmara, Flavio Silva Oliveira “Flavinho Terra Branca” (PDT), lembrou dos convites solicitando a presença da equipe da Saúde para prestar contas em relação as ações no período de pandemia, contudo, só atendido neste mês.
“Somos porta-vozes do povo e estamos em contato diário com os moradores. Eles perguntam com frequência quais ações, se elas são eficazes, quais gastos, entre outras coisas que o vereador fica sem condições de responder. Foram vários convites e agora, após a convocação, estamos recebendo os profissionais da saúde para falar das ações desenvolvidas. Estão todos de parabéns pelo belo trabalho. O Legislativo também tem feito sua parte para conscientizar os moradores e mais, aprovou todos os projetos para possibilitar ações para enfrentar a Covid-19”, disse Flavinho Terra Branca.
Prefeitura informa ações e valores investidos
Após solicitação do Folha Popular, foi informado pela Prefeitura que São Gonçalo que aderiu ao Minas Consciente por meio do decreto nº 202, de 18 de agosto de 2020.
Foi informando ainda que a Prefeitura está orientando os comerciantes em relação às novas medidas preventivas tais como: a implantação de rotinas específicas de higiene do ambiente lojista e nas instalações, a limitação de acesso a um número máximo pessoas, a demarcação do piso com sinalizadores para manter o distanciamento de um metro e meio entre os clientes, controle de pessoas para evitar aglomerações, obrigatoriedade do uso de máscara; dentre outras medidas previstas nos decretos municipais e estaduais.
Em relação à fiscalização, ela acontece rotineiramente por meio da Vigilância Sanitária com apoio da Polícia Militar. O setor também atua através de denúncias, sejam por telefone ou via Ouvidoria Municipal. Se confirmada a irregularidade, é feita uma notificação e solicita-se o cumprimento imediato da legislação. Em caso de reincidência, o estabelecimento comercial pode até ser fechado.
Em se tratando de aplicação de recursos para enfrentar a Covid-19, até o momento, o Município recebeu da Secretaria de Estado de Saúde (SES), R$ 46.750,00. Já o Fundo Nacional de Saúde depositou, por meio de quatro portarias R$ 1.118.973,85. O Governo Federal repassou R$ 1.096.034,58. Em nível Municipal, a cidade conta com R$ 5.203.504,26. No total, São Gonçalo deve fechar o ano aplicando R$ 7.465.262,69 em ações para enfrentar a pandemia da Covid-19.