Vereadora abre mão da licença-maternidade e garante economia de R$ 50 mil à Câmara de Santa Maria

Juliana Mara ao lado da filha recém-nascida

Apesar de ter dado à luz recentemente, a vereadora Juliana Mara Lage do Carmo (PSD) não solicitou a licença-maternidade, direito garantido em lei e previsto no Regimento Interno da Câmara Municipal de Santa Maria de Itabira a todas as mulheres, para cuidar do filho nos primeiros meses de vida. Pela lei municipal, a parlamentar poderia se afastar por até seis meses.

A economia de R$ 50 mil ao Legislativo está entre suas principais razões para optar por abrir mão do seu direito, já que a licença é remunerada, segundo afirmou a vereadora. Esse é o valor que seria pago ao suplente da parlamentar na Câmara durante os seis meses de licença.

Mãe de primeira viagem, ela também teve como motivação o cumprimento do seu papel enquanto representante do povo.

A criança nasceu em meados de novembro e Juliana Mara ficou cerca de 14 dias afastada das suas atividades na Câmara. Nesse período, apresentou um atestado médico abonando suas faltas.

Durante o mês de dezembro, Juliana Mara disse que contou com o suporte familiar, em especial do marido, com quem deixou a criança durante o tempo que precisou comparecer a alguma reunião.

Sua assessoria parlamentar também tem colaborado para facilitar a conciliação de atividades no trabalho e de mãe. “Meus assessores, às vezes, me ligam ou até levam algum documento para eu assinar e despachar. Está tudo muito tranquilo”, disse, informando que o último mês do ano foi marcado por sessões extraordinárias, sendo que não perdeu nenhuma delas.

O plano da vereadora é de retornar ao serviço normalmente a partir de fevereiro, junto com todos os colegas, após o recesso parlamentar, que se estende de 23 de dezembro a 1º de fevereiro.

“Não achei justo com o povo que me elegeu me afastar deste trabalho e o tempo de vereadora não me consome tanto assim”

A atitude da vereadora pode parecer ir na contramão do que tem sido difundido nos últimos anos, com um empoderamento cada vez maior das mulheres no mundo, sendo a luta pelo direito à licença-maternidade uma das bandeiras defendidas. Segundo Juliana Mara, porém, sua renúncia à licença-maternidade não trai seus ideais de luta da mulher por seus direitos. “Eu vejo a licença-maternidade necessária, dependendo do ambiente de trabalho, da função que vamos exercer. Eu não vejo como desnecessária não”, enfatizou.

Ela explicou que acumula duas funções remuneradas no momento. Além de ocupar uma cadeira na Câmara, exerce sua profissão na área de enfermagem. Apesar de abrir mão da licença na Câmara, em seu trabalho de enfermeira, ela optou por se afastar. De acordo com ela, o trabalho no Legislativo é facilmente conciliável com o primeiro momento da maternidade. Já na enfermagem, pela qual disponibiliza 40 horas de trabalho por semana, ela não conseguiria uma conciliação adequada de seu tempo. “Não achei justo com o povo que me elegeu me afastar deste trabalho e o tempo de vereadora não me consome tanto assim. Já como enfermeira, tenho que cumprir uma carga horária alta, de 40 horas. É meu direito, é um direito da mulher”, concluiu Juliana Mara.