Vereador João Resende causa mal estar entre colegas ao forçar a barra para defender prefeito

Print da sessão do dia 27 de maio, quando ocorreu o episódio

Ele exigiu que matérias do Executivo fossem votadas sem anuência das comissões parlamentares da Câmara de Vereadores de Barão de Cocais

O vereador João Geraldo de Resende (PSB), causou indignação durante a reunião da Câmara Municipal de Barão de Cocais do dia 27, ao promover verdadeiro ataque aos colegas, em especial da oposição, para defender o prefeito. Ele queria que os projetos de lei enviados pelo Executivo à Câmara fossem colocados aleatoriamente em pauta, sem a liberação das comissões temáticas do Legislativo. Ele disparou uma série de acusações contra os vereadores e pediu ao presidente para substituir os assuntos pautados.

Segundo José Geraldo, a pauta oficial não era a mesma que ele havia recebido nas vésperas da reunião e que a mesa diretora tinha deixado de fora projetos importantes para o povo e para a cidade. Os vereadores, por vaidade estariam, segundo João Geraldo travando o progresso do município.

“Ontem eu recebi uma pauta da reunião de hoje aonde que tratava de vários projetos aqui. Projetos interessantes interessantíssimo a nossa comunidade, a nossos irmãos cocaienses e agora eu recebo a pauta de hoje com estes projetos, né suprimidos da pauta de hoje”, reclamou.

Os projetos suprimidos da pauta, eram todos de autoria do Executivo que ficaram retidos nas comissões temáticas aguardando informações solicitadas pelos vereadores. João Resende apontou falta de responsabilidade do Legislativo, que estaria deixando de cumprir com seu trabalho ao deixar de levar política de serviço público.

João Resende acusou a Câmara também de Câmara está antecipando a campanha eleitoral em detrimento das ações a favor do povo, usando o plenário para se promoverem enquanto veta os projetos do prefeito por vaidade.

“Meu pedido é que a gente contém bom senso né e tem responsabilidade do trabalho que a gente faz. Nós somos representantes do povo cocaiense. Então nós temos que levar política de serviço público”, disse afirmando que ao contrário dos vereadores, o Executivo tem feito a parte dele.

João Resende ainda fez um apelo ao presidente pedindo que as matérias fossem acrescentadas na pauta oficial, lembrando que os vereadores ganham bem para fazer seus trabalhos.

“Nós ganhamos bem, como o [Flávio] Figueiredo fala, a gente ganha bem para isso e nós estamos travando o progresso chegar né. Então o prefeito é engessado precisando de suplementação.

Entre os projetos, o vereador aponta a proposta de tarifa zero para o transporte coletivo urbano, mediante abertura de crédito no valor de R$ 1 milhão, a questão da creche no bairro Garcia

O vereador Flávio José Gomes (Patriota) contestou a fala do colega, afirmando que não tem ninguém com vaidade em votar ou não algum projeto de lei. A proposta de tarifa zero, por exemplo, de acordo com Flávio Figueiredo, é de interesse de todos os vereadores. Entretanto, o texto se encontra incompleto e as comissões dependem de informações já solicitadas ao Governo para liberá-lo para votação.

Ele afirma que ninguém é contra a tarifa zero, até porque, o prefeito está oferecendo até mais que a Câmara propôs por meio de anteprojeto. “A Mesa diretora foi com 50% em um anteprojeto e o prefeito, por felicidade dele, já veio com 100%”.

A comissão parlamentar reteve o projeto de lei para pedir detalhamento da proposta. “Tem que deixar bem claro senhor presidente, que no momento nós precisamos dos vereadores, de votar questões somente das rotas. Nós precisamos saber quais que vão ser atendidas”.

Flávio Figueiredo lembra que as demandas que chegam à Câmara precisam ser documentadas e não verbalizadas. “Então senhor vereadores João Geraldo, é só vir um documento. Ninguém tá cobrando nada demais não e nem querendo travar nada, pelo amor de Deus”, disse afirmando que então não se trata de vaidade, mas de fazer o correto.

Nós estamos aqui para defender o povo. Eu não estou aqui para defender prefeito A ou B ou C. Não importa quem esteja lá. Nós temos que ser coerente e votar o que está no papel”.

Tiago acusou João Resende de estar usando a Câmara como palanque político e sugeriu que ele pedisse desculpas aos colegas. De acordo com ele, a fala do colega, mostra que ele não participou da reunião de comissões diante da incoerência do seu discurso. “O que João Resende falou não foi tratado na reunião de comissões”.

Para o vereador Rafael Augusto Gomes “Tcheba”, o colega foi mesmo infeliz na sua fala ao falar de vaidade e incoerente no próprio discurso. Ele afirma que a decisão de adiar a tramitação dos projetos ocorreram após longo debate e questionamentos sem respostas.

“Eu queria repetir as palavras ali do meu amigo Figueiredo e dizer que o vereador João Rezende foi extremamente infeliz ao citar essas questões de vaidade e pela fala do vereador, ele não disse exatamente isso, mas e permitiu numa interpretação livre na fala dele ele, disse que a Câmera deve agir em colegiado e que as decisões da Câmara não devem refletir a decisão de um único vereador e logo depois ele disse que por uma decisão do relator os projetos foram retirados de pauta. Se eu estiver louco se eu tiver, surdo alguém me corrija, não foi uma decisão do relator como bem falado pelo vereador Paulo Henrique [Ferreira da “Ong”- Rede] eu fiz uma pergunta depois de vários vereadores apresentarem, não uma, não duas, mas várias dúvidas em relação a esses projetos de lei”, disparou.

Segundo Rafael Tcheba, em um momento mais calmo, até João Resende deu anuência para tirar o projeto da pauta.

A discussão foi longa, com a maioria dos vereadores querendo se defender dos ataques do colega.