“Não temos capacidade financeira e nem estrutural para lidar com tanta destruição”, diz prefeito de Santa Maria

No final de semana de 25 e 26 de janeiro desse ano, Santa Maria de Itabira viveu o terror de ter as ruas invadidas, num bom trecho da cidade, pelas águas do Ribeirão Jirau, que passa cortando o centro do município, e o Rio Tanque. Os bairros Lambari, Conselho e Barra foram os mais atingidos, mas a destruição na zona rural é que somou o maior número de estragos, com pontes destruídas, quedas de taludes e pistas que interferiram no tráfego e comunicação com diversas comunidades.

Apesar de o mês de fevereiro transcorrer com diversos dias chuvosos, foi na madrugada do dia 04 de março, com novas chuvas intensas assolando a região, que novo cenário de calamidade se abateu sobre a cidade. Nova cheia dos rios; barrancos já saturados de água ruíram destruindo e obstruindo ruas, colocando casas em risco; árvores e postes caídos e nova gama de informações de pontes danificadas e bloqueios de estradas na imensa malha viária da zona rural.

Esse novo sinistro vem abalar ainda mais o município, que contabiliza os gastos com a desobstrução de estradas rurais, limpeza das ruas e do sistema de drenagem pluvial, recuperação emergencial de vias e pontes de menos porte. Até o momento, cerca de 120 mil reais já foram gastos pelo município neste restabelecimento imediato. Também há uma solicitação de recursos federais em análise, pela Defesa Civil Nacional e Ministério do Desenvolvimento Regional, para a reconstrução de 10 pontes de médio porte que se encontram destruídas ou com sua capacidade de tráfego reduzida. A solicitação de recursos é da ordem de 480 mil reais e já se encontra em processo de correção de planilhas solicitado pela Defesa Civil Nacional para aprovação do plano e encaminhamento para liberação de recursos.

A Prefeitura de Santa Maria de Itabira e a Coordenadoria de Defesa Civil Municipal estão com as equipes realizando um levantamento dos estragos provocados pelas chuvas do dia 4, principalmente na zona rural, para determinar um cenário global, mas que já aparenta ser igual ou maior que o confirmado nas chuvas de final de janeiro, que levaram o município à situação de emergência reconhecida pelo Estado e pela União. Caso essa certeza se estabeleça, o Prefeito Reinaldo das Dores Santos estuda novo decreto de situação de emergência para que a administração pública consiga lidar com a situação com o suporte do Governo do Estado e do Governo Federal. “Nossa cidade não tem a capacidade financeira e nem estrutural para lidar com tanta destruição, com estragos tão profundos. Os recursos que havíamos reservado para o Carnaval se transformaram em estradas reabertas; redes e pontes recuperadas, muitas em suas condições mínimas; limpeza de lama das ruas da cidade, combustível para o trabalho sem parar de equipamentos e equipes que deram o suporte emergencial que se seguiu à catástrofe. Esses custos nem o Governo de Minas e nem o Federal vão ressarcir o município, é gasto nosso, sem poder, que somos obrigados a fazer para dar o mínimo de dignidade à população atingida de forma tão violenta pelas chuvas”, desabafou o prefeito Reinaldo Santos.