Monlevade pode adotar medidas para reduzir número de vereadores

Tema está sendo pautado pelo vereador Djalma Bastos. Parlamentar quer também corte de privilégios na gestão pública monlevadense. Propostas podem gerar economia de R$ 4 milhões

FOTO: Muitas cidades do porte de João Monlevade têm um Legislativo com 11 vereadores, por isso não justifica termos 15”, diz Djalma Bastos

O vereador e ex-presidente da Câmara de João Monlevade, Djalma Bastos (PSD), inicia manobras para acabar com o pagamento do 14º salário aos servidores do Legislativo e caçar os dois dias de folga dos servidores municipais da Prefeitura e Câmara no dia do aniversário. O parlamentar também defende a redução do número de vereadores, dos atuais 15 para 11, como era até a legislatura que terminou em 2016.

Em conversa com o Folha Popular, na quinta-feira, 2 de maio, Djalma Bastos reconhece que os temas não agradam os servidores e agentes políticos, mas que João Monlevade precisa seguir exemplos e acabar com os privilégios e desperdícios de dinheiro no serviço público.

“Quanto ao fim da folga de dois dias no aniversário, a proposta é moralizar, pois já temos muitos feriados, o expediente é de segunda a sexta e no dia do pagamento de salários, o servidor só trabalha meio expediente, esses privilégios não cabem mais, não são aceitos pela sociedade, temos que rever e dar exemplo de gestão responsável do dinheiro público. Já o 14º salário dos servidores da Câmara, que custa cerca de R$ 400 mil por ano, instituído em novembro de 2011, é uma vergonha. Só João Monlevade paga este privilégio. Quando fui presidente da Câmara, consegui baixar uma portaria e suspender o pagamento por 11 meses, mas no entendimentos do Tribunal Regional do Trabalho o abono deveria ser restabelecido. Não foi a concordância do 14º, mas sim questão de lei, pois ele foi aprovado juntamente com a Plano de Cargos, Salários e Carreiras dos servidores da Câmara pelo plenário, e apenas o plenário pode derrubá-lo, ou seja, depende da maioria dos vereadores. Mas vou entrar com um projeto de lei de iniciativa popular, ainda neste mês, pedindo a suspensão do abono devido à sua irregularidade, conforme o artigo 37, parágrafo 10, da Constituição Federal, que prega a isonomia entre os servidores públicos municipais em relação ao salários, ou seja, a Câmara não pode pagar este benefício se os servidores da Prefeitura não têm”, diz Djalma Bastos.

O parlamentar reconhece que a medida é impopular, mas é preciso acabar com tais privilégios, pois o contribuinte, o trabalhador não aceita mais este tipo de situação.
Outra proposta que começará a ser discutida em breve por Djalma Bastos é a redução do número de vereadores, de 15 para 11, como era até a legislatura que terminou em 2016.

“Muitas cidades do porte de João Monlevade têm um Legislativo com 11 vereadores, por isso não justifica termos 15. Vamos discutir e apresentar resolução para que volte ao que era antes, 11 vereadores. Por ano, a economia com a redução do número de vereadores seria de R$ 600 mil, e somado ao fim do 14º, a Câmara deixaria de gastar cerca de R$ 1 milhão por ano, ou R$ 4 milhões durante um mandato, valor que poderia ser aplicado em diversas ações em nossa cidade”, complementa Djalma Bastos.

Em Itabira, cidade vizinha a João Monlevade, o vereador Neidson Freitas (PP), apresentou resolução para reduzir de 17 para 11 o número de vereadores na próxima legislatura, 2021/2025. Dez parlamentares assinaram a proposta que, se aprovada, representará economia de R$ 10 milhões em quatro anos.

Djalma Bastos elogiou a iniciativa e disse que Itabira pode cortar mais, como verba de gabinete (R$ 4.050 ) e redução do número de assessores (atualmente quatro para cada vereador). Na Câmara de Monlevade não existe verba de gabinete e cada vereador tem apenas um assessor.

Já a redução de salários, ele diz não fazer sentido, pois afasta da disputa pessoas realmente capacitadas para legislar.
“O vereador é um para-choque de tudo que acontece no município. Sem salário, ele não conseguirá atender ao Legislativo. Não concordo também com os privilégios aos deputados e magistrados. O país tem que se adequar à realidade”, concluiu Djalma Bastos, saindo para a sessão ordinária da Câmara, realizada excepcionalmente na quinta-feira (2), às 17h, devido ao feriando de quarta-feira (1º), Dia do Trabalho.