Silvia das Dores aparece no vídeo com os seus quatro filhos, sendo dois pares de gêmeos
Acusar uma pessoa sem prova pode acabar com a vida dela, adverte ATUAL secretária de Educação
Uma mãe ficou revoltada em Santa Maria de Itabira e usou o facebook para denunciar agressão sofrida pela filha de nove anos, em uma escola da cidade, durante a aula. A criança, segundo conta, foi agredida fisicamente pela professora e proibida de sair para o recreio durante a aula e agora está com medo de voltar para a escola. O caso foi denunciado à direção da escola e às autoridades da cidade.
De acordo com a mãe da estudante, Sílvia Oliveira das Dores, a menina que é gêmea e o irmão, contam a mesma história, que indica que a agressão ocorreu devido a dificuldade da aluna em fazer os exercícios em sala de aula. Além de ter ficado triste desde o ocorrido, ela afirma que a menina está com medo e assustada.
Silvia das Dores aparece no vídeo com os seus quatro filhos, sendo dois pares de gêmeos. E a menina que disse ter sido agredida, só consente com a cabeça quando a mãe pede para contar como foi a agressão. Segundo a mãe, a criança está com medo e ela insegura de mandá-la de volta para a escola depois do ocorrido. “A diretora disse que a menina será colocada em outra sala, mas como eu vou conseguir trabalhar sabendo que tem uma professora na escola que agrediu a minha filha, que faz isso?”, questionou a mulher.
Quem conta a história do que aconteceu no vídeo é o irmão da garota. Ele disse que tudo aconteceu depois que a professora pediu para ver a tarefa da irmã e a menina mostrou o caderno com tinha rabiscos. Não foi explicado se a criança entregou os rabiscos porque não sabia fazer a tarefa. Diante do resultado apresentado, a professora então bateu na criança, e ainda riu dela, proibindo-a de sair para o recreio ou mesmo de brincar com outras crianças e o irmão.
Assim que tomou conhecimento dos fatos, a mãe disse que foi à escola para conversar com a diretora e também acionou as autoridades policiais e o Conselho Tutelar. A professora negou a agressão, embora, em nenhum momento tenha se defendido das acusações e questionamentos da mãe. Mas um fato chamou a atenção da mãe. Durante reunião com todas as autoridades presentes a menina foi chamada e quando viu a professora reagiu com medo visível.
Segundo Silvia das Dores, o temor da criança foi ignorado pelas autoridades e a professora mandada de volta para a sala de aula. A única medida apresentada pela escola foi encaminhar a criança para falar com uma psicóloga do próprio estabelecimento, o que aumentou ainda mais a indignação da mãe.
“Quando a professora chegou lá, a reação da minha filha foi de medo da professora. Ela [a menina] nem consegui olhar na cara dela [da professora]. E todos lá [tinham umas cinco ou seis mulheres] da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Conselho Tutelar e todas viram e ninguém fez nada vendo a reação da minha filha. A reação dela foi ficar calada. E eu falava com a professora e ela nem se defendia”.
Silvia das Dores encerra a denúncia fazendo um apelo aos pais para compartilharem o vídeo. Essa foi a forma, que ela diz ter encontrado para provocar a ação das autoridades e defender sua própria filha. “Eu vou ter que olhar uma psicóloga para ela. Olhar no Cras [Centro de Referência da Assistência Social] porque eu não confio numa escola que a diretora apoia os erros de uma professora incapacitada de estar lá dentro da escola dando aula. Se a minha filha passou por isso sendo aluna dela, será que as outras crianças que são alunas dela será que não passam por isso e chegam em casa e não contam para os seus pais ou será que contam para os seus pais e os seus pais não fazem nada. Essa situação lá nessa escola não pode ficar desse jeito. Então eu peço a todas as mães que se põem em meu lugar, compartilhem esse vídeo, fazendo esse vídeo chegar nas autoridades para resolver a situação da minha filha e dessa escola”, pontuou.
Acusar uma pessoa sem prova pode acabar com a vida dela, adverte ATUAL secretária de Educação
A repercussão e comoção causada pelo vídeo da mãe da estudante na rede social deixou a Secretaria Municipal de Educação em alerta. A secretária de Educação Rosemary Guerra, considera que para acusar uma pessoa, expondo ela em público é necessário se certificar de provas concretas.
A secretária vê com reservas e precipitada a atitude da mãe da aluna que foi supostamente agredida durante a aula, ao ir para as redes sociais. Para ela essa é uma acusação grave. Antes de fazer uma exposição de uma pessoa, disse a secretária, é necessário se cercar de provas consistentes. “A partir do momento que você acusa uma pessoa sem provas você pode cometer uma injustiça e acabar com a vida dela”.
Rosemary Guerra disse que ao receber a denúncia de agressão afastou a professora da sala de aulas e garantiu toda assistência que cabe neste caso, à criança e sua família. O Conselho Tutelar foi chamado e o assunto discutido com os pais da estudante que juntos decidiram pelo encaminhamento da criança para o psicólogo, enquanto o fato seja apurado.
A professora acusada nega a agressão. Segundo a secretária, ao contrário dos comentários postados juntos ao vídeo divulgado na internet, não há registro ou histórico de problemas envolvendo a professora acusada. “A professora diz que não fez nada do que estão dizendo e nunca tivemos reclamações contra ela, então não podemos tomar uma medida definitiva, sem antes apurar tudo o que aconteceu”, disse ela.
Até a hora que os pais da criança deixaram a reunião na escola, a secretária disse que eles estavam de acordo com as decisões e encaminhamentos discutidos na reunião. Ela mesma só tomou conhecimento da insatisfação deles por meio da denúncia em rede social. Depois disso, o pai retornou à escola e exigiu uma reunião com o prefeito, o que foi marcado para hoje.