Igrejas são autorizadas a reabrir em Itabira; restaurantes e academias ainda não

A Catedral Nossa Senhora do Rosário estuda aplicação do decreto

Decreto publicado pela Prefeitura estabelece uma série de regras para os
templos religiosos; lotação não pode exceder 30 pessoas

A Prefeitura de Itabira publicou um novo decreto que autoriza a reabertura de igrejas a partir do dia 20 de julho, desde que observadas algumas regras. A publicação saiu no diário oficial do município no dia 13 deste mês.

Havia a expectativa de flexibilização das regras também para bares, lanchonetes, restaurantes e academias. Mas, por enquanto, esses estabelecimentos devem continuar fechados ao público. Lanchonetes e restaurantes podem atender apenas por delivery ou para o cliente levar.

O decreto 3.486, que permite a reabertura de igrejas/templos religiosos, traz uma série de regras. Dentre elas, o controle de pessoas durante as celebrações. A lotação máxima é de 30 pessoas e a distância mínima entre elas é de dois metros.

Todos os fiéis devem usar máscaras, não são admitidas pessoas de grupos de risco e os responsáveis devem higienizar o espaço antes e depois das celebrações.
Os bebedouros e banheiros devem ser interditados, é obrigatória a aferição da temperatura de todos antes das celebrações e o templo deve disponibilizar álcool gel em diferentes locais.

As igrejas precisam ainda colocar na entrada tapetes sanitizantes e o uso de água benta está proibido, conforme o decreto assinado pelo prefeito Ronaldo Magalhães. A duração dos cultos e celebrações é de no máximo uma hora.
Caso necessário, o Comitê Técnico Logístico-Sanitário fará inspeção no templo para determinar a viabilidade do funcionamento. As igrejas que não seguirem as regras poderão ser fechadas.

Comércio não essencial sem previsão

O comércio não essencial, como bares, restaurantes e academias, continua proibido de receber clientes. Questionada sobre prazos de reabertura para esses estabelecimentos, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura disse ainda não ter uma previsão. Informou apenas que as regras adotadas estão de acordo com a Deliberação 17 do Estado.
Itabira não faz parte do programa Minas Consciente, do Governo Estadual, que prevê a flexibilização das regras para a retomada da economia em fases, que vão da verde à vermelha.

CDL defende reabertura

Nas entrevistas concedidas ao Folha Popular, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Maurício Martins, defendeu a reabertura dos restaurantes, bares e lanchonetes, dentre outros estabelecimentos. Segundo ele, é possível adotar medidas rigorosas de contenção à Covid-19, assim como ocorre com as lojas e, agora, com as igrejas.
Conforme Maurício Martins, quanto mais o tempo passa, mais aumentam as dificuldades enfrentadas pelos pequenos empresários. O temor da CDL é que ocorra uma onda de falências, causando um efeito cascata com danos difíceis de prever.

Covid-19 em números

Até o dia 12 de julho, Itabira registrava 907 confirmações de Covid-19 e 152 casos em monitoramento. O boletim informava ainda 729 casos recuperados, 173 em isolamento domiciliar, dois hospitalizados e três óbitos confirmados. Há ainda uma morte em investigação e 16 suspeitos internados. Os dados são atualizados diariamente no site “itabira.mg.gov.br/coronavirus”.

Em João Monlevade

A vizinha João Monlevade também vive situação semelhante. No dia 10 de julho, a Prefeitura divulgou um comunicado no qual diz ser a favor da reabertura de academias e outros setores, desde que dentro da lei.
João Monlevade também segue as determinações da Deliberação 17, do Comitê Estadual da Covid-19, e afirma que mantém diálogo constante com os órgãos estaduais. “A Prefeitura, junto com outros municípios, se reúne remotamente com o Ministério Público Estadual desde o início da pandemia. No dia 9 de julho, o MPMG obteve junto ao Tribunal de Justiça uma liminar que pune os municípios que não seguirem as regras”, diz trecho do comunicado.

Caso algum município não cumpra as determinações da deliberação estadual, será obrigado judicialmente a manter o isolamento social. Ainda conforme a Prefeitura monlevadense, a liminar cita expressamente quais são, neste momento, os setores que não podem abrir.

Em João Monlevade ocorreram manifestações de representantes de setores que se sentem prejudicados por ainda estarem fechados. As academias, inclusive, tentaram na Justiça uma liminar para voltar a funcionar, mas não obtiveram êxito.
Pelo Brasil, alguns estados já permitem o funcionamento do comércio não essencial, especialmente restaurantes, lanchonetes e academias. Mas são decisões que levam em conta a situação de cada região do país. Por aqui, os empresários não têm outra opção a não ser aguardar.

Matéria publicada na edição 713 do Folha Popular