Empresa alega que valor da passagem inviabiliza o serviço
Automade não descarta possibilidade de disputar licitação de transporte coletivo em Barão de Cocais
A Automade, empresa itabirana que atua no ramo de locação de ônibus, equipamentos e transporte de passageiros desde 2005, informou à reportagem do Folha Popular, por meio de seu diretor, Marcelino Silva Neto, que trabalhar em Barão de Cocais no transporte de passageiros é um projeto que deve ser estudado. “Nossa empresa tem interesse em conhecer o projeto e se possível, participar do processo de concorrência. Inclusive, a expansão de nossos serviços na região é algo que está acontecendo naturalmente e saber que a Caraça abriu mão do contrato é, de certa forma, surpresa para nós”, disse Marcelino Neto.
A decisão da Caraça aconteceu após reunião entre os diretores da empresa, jurídico da Prefeitura e o prefeito Décio Santos na quinta-feira (20).
O motivo seria a necessidade de reajuste da passagem, de R$ 2,45 atualmente para R$ 3 (21,36%), mais o pagamento de um suposto prejuízo de R$ 4 milhões, o que foi negado pelo Governo Municipal. O último reajuste da passagem autorizado pela Prefeitura foi de 11,37% em novembro de 2019. Neste mesmo ano, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou em 4,31%.
Na quarta-feira (26), a empresa se pronunciou em mídia local em relação à desistência do contrato assinado em 1996, data da concessão que tem validade até 2029.
“O nosso contrato venceria em 2029, mas da maneira que está, ele é inexequível. Não tem como continuar prestando esse serviço sem que a Prefeitura faça a revisão da planilha de custos”, disse o diretor da Caraça em Barão de Cocais, André Herculano, conforme publicação em redes sociais.
Na Prefeitura, a informação é de que um novo processo será iniciado e enviado para a Câmara de Vereadores para apreciação e aprovação, o que deve ocorrer até a próxima segunda-feira (31).
Perueiros
Outra informação levantada pela reportagem é de que em Barão de Cocais é grande o número de pessoas transportando passageiros de forma irregular, os chamados perueiros. Este serviço, que não é fiscalizado, estaria reduzindo drasticamente o número de usuários no transporte coletivo regularizado, provocando queda de faturamento.