Além de avançar sobre o espaço de uso público, o fazendeiro é acusado de cercar o único ponto de ônibus que atende a comunidade
O tráfego em um trecho da rodovia MGC-120, próximo a Santa Maria de Itabira, foi prejudicado depois que um fazendeiro modificou a cerca de sua propriedade, invadindo parte da estrada. O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagens de Minas Gerais (DEER-MG) determinou a retirada da cerca, mas teve a notificação ignorada. A denúncia foi feita pelo vereador do município, Vicente Umberto dos Santos, ao Folha Popular.
Segundo o vereador, a situação antecede a pandemia de coronavírus, mas está se agravando. Sempre que tem uma oportunidade, o produtor rural avança mais com a cerca.
O vereador disse que teve informação de que a notificação para retirada da cerca ao fazendeiro foi emitida pelo órgão estadual de estrada ocasião antes da pandemia, em atendimento a denúncias feitas por moradores daquela região. Os moradores reclamam do avanço da cerca sobre o acostamento da estrada dificultando a passagem de pedestres.
Mesmo a circulação de veículos, teria sofrido prejuízos, segundo ele, uma vez que os usuários da rodovia perderam a condição de parar, numa eventualidade.
Entretanto, a maior preocupação do vereador é com a segurança dos moradores locais, em especial no que diz respeito às crianças. De acordo com Vicente Umberto, além de descumprir a ordem do DEER, o fazendeiro está avançando cada dia mais sobre a estrada com sua cerca. Além de avançar sobre o espaço de uso público, ele disse que o fazendeiro cercou o único ponto de ônibus que atende a comunidade.
Local onde foi colocada a cerca era uma parada de ônibus
“O trecho aqui tem um ponto de ônibus onde mais de 100 pessoas circulam todos os dias para pegar o ônibus escolar e o ônibus de transporte rodoviário. O fazendeiro fez cerca exatamente dentro do ponto de ônibus. E já tem um processo no Deer. Segundo ouvi falar, [o fazendeiro] já foi notificado prá tirar a cerca, mas ele não tirou. Com a chuvada que deu [no início de 2021 e em 2022], o barranco caiu e tampou, agora ele veio e fez a cerca no mesmo lugar outra vez, impossibilitando até as pessoas de ficar para pegar o ônibus”, relatou Vicente Umberto.
O vereador disse que a comunidade está abandonada à própria sorte, sem saber a quem recorrer ou a quem pedir ajuda. A intenção do vereador é conseguir chamar a atenção das autoridades responsáveis, na tentativa de que uma solução seja tomada.
No DEER a informação é de que o órgão já tem conhecimento dos fatos e que estão sendo tomadas as devidas providências.